
RECONHECIMENTO – Alepe entregou diplomas comemorativos a 15 mulheres que militam na área. Foto: Evane Manço
Para marcar o Dia Internacional das Mulheres Defensoras dos Direitos Humanos, celebrado em 29 de novembro, a Alepe promoveu Grande Expediente Especial em homenagem a pernambucanas que trabalham para ver garantidos, a todos, os princípios e liberdades constitucionais. O evento, realizado na manhã desta quinta (28), trouxe à Casa histórias de pessoas que, apesar de vítimas de ameaças e perseguições, cobram do Poder Público ações para construir uma sociedade menos violenta.
Autora do requerimento para realização da solenidade, a deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), destacou a importância dessas mulheres para as comunidades em que atuam. “Muitas delas têm suas vidas ameaçadas ou tolhidas porque estão na luta em defesa da democracia e dos direitos de cidadãos e cidadãs”, registrou. “É fundamental que o Poder Legislativo Estadual reconheça e defenda esse corajoso trabalho”, acrescentou a parlamentar, lembrando o assassinato, há 600 dias, da ex-vereadora do Rio de Janeiro e militante dos direitos humanos Marielle Franco.

RISCO – Eleonora Pereira precisou se refugiar em Angola, por dois anos, para fugir de ameaças dos assassinos de seu filho. Foto: Evane Manço
Mãe de uma vítima da violência LGBTfóbica, Eleonora Pereira precisou se refugiar na Angola, por dois anos, para fugir de ameaças que sofreu dos assassinos de seu filho. Hoje ela participa do Coletivo de Mulheres Defensoras de Direitos Humanos, que reúne outras histórias de luta como a dela. “São mulheres que estão na linha de frente de suas comunidades, sofrendo ameaças de grupos de extermínio, para garantir os direitos de pessoas no sistema penitenciário, de trabalhadoras rurais, de adolescentes e outros grupos de risco”, afirmou.
Representante da Secretaria Estadual da Mulher, Sueli Oliveira acredita que as violações de direitos humanos têm se tornado ainda maiores em virtude do espectro político que assumiu o Governo Federal. “É uma gestão que não tem o menor pudor de trazer o Ato Institucional n° 5 à discussão de forma frequente. É sinal de que nós, militantes da causa, temos que nos organizar, junto com o Poder Público e a sociedade civil, para enfrentar esse retrocesso”, pontuou.
Presidindo o evento, a deputada Teresa Leitão (PT) compartilhou da compreensão de Sueli Oliveira. “Vivemos tempos sombrios no País, em que nossos direitos estão, progressivamente, sendo suprimidos. É fundamental darmos visibilidade a esta pauta e unirmos forças”, avaliou.

VIOLÊNCIA – “A sociedade precisa se mobilizar e ganhar as ruas para mudar esta realidade”, acredita a defensora pública Eliane Silva. Foto: Evane Manço
O Grande Expediente Especial contou com as colaborações da defensora pública de Alagoas Eliane Silva e do superintendente de Direitos Humanos e Igualdade Racial desse mesmo Estado, Mirabel Alves. Eles relataram as dificuldades enfrentadas por quem trabalha nesse campo dentro do Poder Público. “É desafiador defender direitos humanos no quinto Estado que mais mata por violência policial e que tem metade da população em situação de extrema pobreza. A sociedade precisa se mobilizar e ganhar as ruas para mudar esta realidade”, disse Eliane Silva.
Certificado – A solenidade foi encerrada com a entrega de diplomas comemorativos a 15 mulheres defensoras dos Direitos Humanos que atuam no Estado. São elas:
Amara Albuquerque de Lacerda Lima
Ana Azevedo
Ana Virgínia Lima Henriques
Beatriz Ferreira Sampaio de Vasconcelos
Eurídice Maria da Silva Andrade
Francisca de Assis do Nascimento
Jô Cavalcanti
Lindaci de Assis
Luciana da Silva Mendonça
Luzia Maria da Silva
Marinalva Lourenço
Nanci Feijó
Nanci Luiza Barbosa
Suzineide Rodrigues de Medeiros
Teresa Leitão
Carmen Lúcia (in memoriam)