Banco do Nordeste apresenta plano para financiar R$ 18 bi em Pernambuco até 2021

Em 28/08/2019 - 16:08
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FOCO - Em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico, instituição financeira afirmou que vai priorizar expansão do microcrédito. Foto: Evane Manço

FOCO – Em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico, instituição financeira afirmou que vai priorizar expansão do microcrédito. Foto: Evane Manço

O desembolso de crédito do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) vem aumentando desde 2017 em Pernambuco e deve se expandir ainda mais até 2021, com atenção especial para a expansão dos programas de microcrédito. Esse foi o cenário apresentado pelo superintendente da instituição no Estado, Ernesto Lima Cruz, em audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico da Alepe nesta quarta (28). 

Na palestra, o gestor afirmou que a meta para este ano é alcançar R$ 5,5 bilhões em financiamento, com pelo menos R$ 4 bilhões desse total em empréstimos oriundos de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). O dispositivo repassa valores de impostos federais para promover o desenvolvimento da região.

O objetivo é que o valor total de financiamentos do Banco do Nordeste, incluindo FNE e outras fontes, chegue a R$ 6,5 bilhões em 2021, atingindo o total de R$ 18 bilhões no triênio 2019-2021. “O nosso foco vai ser a micro, pequena e média empresa, porque é um segmento em que precisamos avançar em termos de agilidade e no qual há mais possibilidade de geração de emprego e renda, um dos principais objetivos de um banco de desenvolvimento”, disse Lima Cruz. 

Atualmente, o BNB é responsável por 65% do crédito de longo prazo em Pernambuco, além de cerca de 55% de todo o crédito rural. “Mesmo num ambiente de crise, conseguimos sair de R$ 1,3 bilhão de desembolsos com recursos do FNE em 2016 para R$ 4,5 bilhões em 2018”, registrou o superintendente. 

Com foco na geração de empregos, a instituição financeira pretende expandir também a atuação no microcrédito, tanto na modalidade urbana (CrediAmigo) quanto na rural (AgroAmigo). Os dois programas alcançaram 290 mil famílias e R$ 876,6 milhões em créditos concedidos em 2018. A meta para 2019 é de 400 mil famílias beneficiadas, com desembolso de R$ 1 bilhão. 

CRÉDITO - “Nosso foco vai ser a micro, pequena e média empresa, porque é um segmento no qual há mais possibilidade de geração de emprego e renda", disse Lima Cruz. Foto: Evane Manço

CRÉDITO – “Nosso foco vai ser a micro, pequena e média empresa, porque é um segmento no qual há mais possibilidade de geração de emprego e renda”, disse Lima Cruz. Foto: Evane Manço

Deputados presentes, como Romero Sales Filho (PTB), Simone Santana (PSB) e Romário Dias (PSD), questionaram o representante do BNB sobre os gargalos e os desafios que existem para a expansão do crédito para médios, pequenos e microempreendedores. A mesma preocupação foi apresentada por Jorge Alexandre, representante da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-PE). “No momento em que Pernambuco está em 3º lugar em desemprego no País, precisamos de menos burocracia para criamos oportunidades de emprego para o nosso povo”, defendeu.  

Em resposta aos questionamentos, Ernesto Lima Cruz salientou que o fato de o BNB ser um banco estatal não impede que procure ser ágil nos procedimentos. “Queremos ter cada vez menos burocracia e trabalhar apenas com a avaliação do risco dos financiamentos”, declarou o executivo do banco. Ele também destacou a busca de parcerias com entidades como o Porto Digital para adaptação à realidade da Indústria 4.0. “Pretendemos criar maneiras de estruturar algum tipo apoio a startups, que enfrentam um grande problema em obter garantias para os empréstimos.” 

O superintendente também observou o diálogo com entidades governamentais, a exemplo das agências de Desenvolvimento Econômico (AD Diper) e de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), bem como a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com o objetivo de “fazer o BNB entrar em sinergia com o planejamento econômico para o Estado e os municípios pernambucanos”. 

Ao fim da reunião, o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, deputado Delegado Erick Lessa (PP), avaliou que a sociedade civil e o Poder Legislativo podem ter uma cooperação maior em prol do crescimento do Estado. “Vamos construir um grupo de trabalho em busca da desburocratização, da digitalização de processos e da adaptação para a Indústria 4.0. Novas ações, com certeza, vão ser desenvolvidas a partir dessa reunião”, considerou.