Grande Expediente celebra contribuições para desenvolvimento científico em Pernambuco

Em 25/10/2018 - 17:10
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ATIVIDADE - Evento, que faz parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Foto: Alepe

ATIVIDADE – Evento faz parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Pernambuco. Foto: Alepe

Para marcar a passagem da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, a Assembleia Legislativa promoveu, nesta quinta (25), um Grande Expediente Especial em homenagem a três nomes que contribuíram para o desenvolvimento científico no Estado: o físico Don Carlo Borghi, o filósofo Luiz Antônio Marcuschi e o médico Amaury Domingues Coutinho. Eles foram escolhidos por uma comissão de especialistas de diferentes instituições para integrar o Memorial Notáveis Cientistas de Pernambuco, homenagem póstuma prevista pela Lei Estadual n° 13.176/2006.

Os intelectuais (veja perfil resumido abaixo) somam-se a outros 39 nomes que já compõem o memorial. Os pesquisadores eleitos pelo grupo passam a fazer parte, também, da Caravana Notáveis Cientistas, coordenada pelo Espaço Ciência, que circula por todo o Estado com atividades interativas e reproduções das caricaturas dos especialistas.

Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia e autor do requerimento para realização do GEE, o deputado João Eudes (PP) destacou a importância de se dedicar uma semana à valorização do conhecimento. “Buscamos, com isso, conscientizar professores, pesquisadores e estudantes sobre a relevância do conhecimento científico para o presente e para o futuro. Ele é o caminho para que o País possa conquistar mais igualdade social”, afirmou.

“O sentido da lei estadual é fortalecer o conhecimento científico, que deve intercambiar com saberes sociais e, assim, contribuir para o Brasil se desenvolver de forma autônoma e solidária”, acrescentou o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anísio Brasileiro. Presidente da Comissão de Mérito que elege os cientistas homenageados, o professor Hélio Teixeira ressaltou a trajetória dos pesquisadores e defendeu a valorização de quem se dedica ao conhecimento científico.

Também no evento desta quinta, o professor Antonio Carlos Miranda falou sobre o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2018: Ciência para a Redução das Desigualdades. Segundo ele, que é doutor em Astrofísica e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o Ministério da Ciência e Tecnologia escolheu a temática com base no documento Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançado em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Os objetivos fazem parte de uma agenda internacional – que tem o Brasil como signatário – cuja finalidade é orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação entre os países até o ano de 2030. O documento contempla 17 itens, entre eles a erradicação da pobreza, a segurança alimentar e a redução das desigualdades, por exemplo. “O mundo hoje é mais rico em tecnologia e ciência, dinheiro e desenvolvimento. No entanto, é também mais desigual, segundo dados da ONU. Devemos questionar os porquês”, provocou Miranda.

Perfis

Don Carlo Borghi – Nascido em 1910 em Monza, na Itália, foi ordenado sacerdote e mostrou grande talento para o magistério, principalmente no ensino da Matemática. Fez pesquisas em Física teórica, com estudos sobre a produção de nêutrons mediante fusão a frio. Chegou ao Recife em 1960 para criar um centro de pesquisa nuclear na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Posteriormente, ingressou na então Universidade do Recife e liderou um grupo de pesquisadores para a criação do referido centro.

Amaury Domingues Coutinho – Médico, professor e pesquisador, nasceu no Recife em 1918. Estudou no Ginásio Pernambucano e graduou-se na Faculdade de Medicina do Recife. Foi sócio-fundador da Academia Pernambucana de Medicina, da Sociedade Brasileira de Alergia e da Sociedade Brasileira de Hepatologia. Lecionou medicina por 42 anos, muitos dos quais na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde recebeu o título de professor emérito. Coordenou a criação do Programa Saúde Comunitária, que visava à melhoria das condições de saúde da população e regionalização dos serviços médicos. Publicou mais de cem trabalhos em revistas científicas e seus estudos contribuíram para confirmar a importância do tratamento da esquistossomose.

Luiz Antonio Marcuschi – Gaúcho de Guaporé, graduou-se em Licenciatura em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e fez doutoramento em Filosofia da Linguagem na Universidade de Erlangen-Nurnberg, na Alemanha. Mudou-se para o Recife em 1976, onde atuou como professor da Universidade Federal de Pernambuco. Da Linguística de Texto, passou pela Análise da Conversação e chegou às questões relativas à fala e à escrita. Contribuiu para a fundação do Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste, da Associação Brasileira de Linguística e da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística. Dedicou-se, principalmente, aos estudos dos gêneros textuais.