
COSTA FILHO – Parlamentar chamou atenção para cortes em políticas essenciais, como o Chapéu de Palha. Foto: Jarbas Araújo
Parlamentares da Oposição fizeram críticas, na Reunião Plenária desta terça (8), à gestão do governador Paulo Câmara. O líder da bancada, deputado Sílvio Costa Filho (PRB) expôs resultado de levantamento feito pelo grupo apontando uma redução de cerca de R$ 60 milhões em investimentos nos programas sociais do Estado em 2017. De acordo com o parlamentar, o corte atingiu iniciativas como o Chapéu de Palha, o Mãe Coruja e o Ganhe o Mundo. Já o deputado Edilson Silva (PSOL) criticou os gastos do Executivo com publicidade institucional, face a políticas públicas que, segundo ele, estariam paralisadas.
De acordo com Costa Filho, em 2017, na comparação com valores verificados desde 2014, o investimento no programa Ganhe o Mundo caiu de R$ 58 milhões para R$ 32 milhões, o Mãe Coruja passou de R$ 10 milhões para R$ 3,7 milhões e no Chapéu de Palha a redução foi de R$ 83 milhões para R$ 51 milhões. “Enquanto em 2017 houve cortes nesses programas, com a Arena Pernambuco o Governo teve uma despesa de R$ 40 milhões; com publicidade outros R$ 40 milhões; e mais de R$ 30 milhões foram gastos em consultorias”, informou.
“São programas sociais que repercutem na qualidade de vida das pessoas. É muito importante o olhar social para a população”, ressaltou. O parlamentar também acusou o Governo do Estado de fazer “propaganda enganosa”, ao se referir ao conteúdo veiculado nas peças publicitárias institucionais. “Faço um apelo à bancada governista para que solicite ao governador que reveja esses cortes”, pontuou.

EDILSON – Segundo o deputado, crise não afetou gastos com publicidade. Foto: Jarbas Araújo
Edilson Silva criticou a campanha publicitária que o Governo do Estado está veiculando na televisão. O parlamentar disse que “a quantidade de propagandas em horário nobre é absurda e que o conteúdo das peças é mentiroso”. De acordo com o parlamentar, citando dados do Portal da Transparência, nos três primeiros anos do governo Paulo Câmara, o gasto com publicidade atingiu R$ 194 milhões. “Dizem que a crise que parou o Brasil e não parou Pernambuco, mas Pernambuco estagnou nas delegacias fechadas, na falta de remédios, no Pacto pela Vida, no transporte, nas obras suspensas. Só não parou na contratação de comissionados e nos gastos com publicidade”, salientou.
Em aparte, Teresa Leitão (PT), afirmou que o corte no programa Ganhe o Mundo tornou a seleção ainda mais difícil para os estudantes. A deputada apontou, ainda, que, na área de educação, projetos-pilotos “se tornam elemento para propagandas, dando a impressão de que se trata de uma política estruturante universal”. Waldemar Borges (PSB), por sua vez, enalteceu o governador Paulo Câmara por “manter os programas, apesar das adversidades”. “Evidentemente houve uma redução, por conta da crise geral. Só no primeiro ano tivemos uma frustração de receitas e repasses do Governo Federal de quase R$ 2 bilhões. Ter conseguido manter de pé todos os programas faz o governador ser reconhecido por investir no que é fundamental”, sustentou.