Os atos realizados pelos profissionais da educação e pelos policiais e bombeiros militares de Pernambuco na tarde desta quarta (13) reverberaram no Plenário da Assembleia Legislativa. A deputada Teresa Leitão (PT) e o deputado Joel da Harpa (PTN) usaram a tribuna, no Pequeno Expediente, para discutir a pauta de reivindicações das categorias que representam e cobrar do Governo do Estado um posicionamento sobre as campanhas salariais em curso.
Entre as demandas dos educadores estão questões de valorização profissional, jornada e carreira, além da saúde do trabalhador e formação continuada. De acordo com a petista, um dossiê do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) indica que mais de 70% das escolas do Estado não apresentam condições de funcionamento correspondentes a um padrão didático-pedagógico mínimo. “As demais são escolas de referências, algumas das quais enfrentam uma situação difícil desde o ano passado”, pontuou.
Outras preocupações da categoria dizem respeito às dívidas acumuladas pelo Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado (Sassepe) e ao reajuste do piso. “Pela Lei Federal nº 11.738/2008, o piso salarial do magistério deve ser reajustado anualmente em janeiro, com prazo até março para os governos negociarem. Foi encaminhado um ofício ao governador Paulo Câmara no dia 17 de março, mas ele não respondeu às reivindicações”, criticou Teresa Leitão.
Por sua vez, os policiais e bombeiros militares pedem ao Estado que seja feita a reposição das perdas salariais equivalente à inflação acumulada dos últimos dois anos. Joel da Harpa defendeu um percentual de 18,54%, correspondente aos cálculos de um economista contratado pelas associações militares estaduais, o qual deveria ser aplicado sobre o soldo e as gratificações dos servidores. “Em junho, completaremos dois anos sem nenhum tipo de reajuste”, lembrou.
Ele ainda argumentou que, apesar de apresentar a nona maior arrecadação tributária do País, Pernambuco paga o sétimo pior salário aos militares. “Analisando os dados, percebemos a falta de uma política salarial e de valorização dos profissionais de segurança pública, que diuturnamente põem a própria vida em risco pela população”, observou. “Sabemos da atual situação de crise, mas é justamente nela que a violência tende a crescer e as grandes vítimas são os policiais militares.”
Atendendo a um pedido de Joel da Harpa, o presidente da Alepe, deputado Guilherme Uchoa (PDT), o líder do Governo, Waldemar Borges (PSB), e outros parlamentares decidiram ir até o Palácio do Campo das Princesas para intermediar as negociações dos militares. Ao final da Reunião Plenária, um grupo de militares e de educadores que estava nas galerias do Plenário, e também em frente à sede da Alepe, seguiram em passeata até a sede do Governo estadual.