Criado para incentivar os servidores públicos estaduais a adotarem a bicicleta como meio de transporte para o trabalho, o Programa Pedala Servidor foi alvo de críticas do deputado Edilson Silva (PSOL) na manhã desta quinta (29). Ele usou a tribuna no tempo destinado à Comunicação de Lideranças para questionar a iniciativa estadual, que chamou de “irresponsável e midiática”. “O Governo do Estado quer incentivar o uso de bicicleta em um trânsito sem ciclofaixas e ciclovias”, pontuou.
Lançado na última terça (27) pelas secretarias estaduais de Turismo e de Administração, o projeto prevê a aquisição de bicicletas pelos servidores por meio de crédito consignado, destinando até 8% do salário para o financiamento, e pagando em até 72 meses a juros de 2,9%. A medida se estende à compra de kits de segurança compostos por capacete, luva e garrafa squeeze. Além disso, quem for ao trabalho de bicicleta durante todos os dias úteis do mês vai ganhar um dia de folga no mês seguinte.
O parlamentar, que preside a Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa, resgatou informações da audiência pública realizada pelo colegiado em setembro para discutir o Plano Diretor Cicloviário. “Na gestão anterior, o Governo do Estado se responsabilizou a realizar 590 quilômetros de rede cicloviária na Região Metropolitana do Recife, e o governador atual se comprometeu a manter a meta. Mas até agora não vimos sequer um metro de ciclofaixa ou ciclovia realizado”, observou Silva. “Eu, que já andei muito de bicicleta, sei da dificuldade que é.”
Ainda de acordo com Edilson Silva, a proposta de incentivar a bicicleta como meio de transporte para o trabalho já foi adotada por outras instituições públicas em Pernambuco, sem sucesso. “No Ministério Público Federal, por exemplo, apenas 14 trabalhadores conseguiram atingir a meta e garantir a folga”, mencionou. Ele defendeu que se desenvolvam, dentro dos modais de transporte, as condições para andar de bicicleta. “A ciclofaixa da Prefeitura do Recife aos domingos e feriados é excelente, porque as pessoas passam a ter mais perícia pedalando na rua, mas é preciso ir além do lazer”, acrescentou.