
Com a sensação de dever cumprido, o deputado Luciano Siqueira (PCdoB) se despediu, ontem, do Parlamento Estadual. Em 1o de janeiro de 2013, ele assume o cargo de vice-prefeito do Recife. “A experiência na Casa Joaquim Nabuco foi bastante proveitosa”, agradeceu. Eleito com 40.331votos, o comunista está no segundo mandato como deputado estadual.
Dezesseis parlamentares se revezaram na tribuna de apartes para destacar o caráter e a boa convivência com Siqueira. “Vai deixar uma grande lacuna. A Casa perde um bom deputado, mas o Recife ganha um grande vice-prefeito”, enfatizou o presidente da Alepe, deputado Guilherme Uchoa (PDT). “O deputado ensina, mesmo calado”, observou Adalto Santos (PSB). “Sempre fez política com doçura”, declarou André Campos (PT). “A Alepe perde uma das mentes mais brilhante desta Legislatura”, opinou Tony Gel (DEM).
José Humberto Cavalcanti (PTB) comentou a antiga amizade dos dois com Gustavo Negromonte (PMDB). Relatou que “cresceu ouvindo palavras respeitosas e carinhosas sobre o comunista”. “A convivência na Casa só comprova”, enfatizou Teresa Leitão (PT). “Sempre teve coerência política”, avaliou Ângelo Ferreira (PSB). “O Recife precisa de cabeças pensantes”, afirmou Ramos (PMN).
“Siqueira faz política com o coração”, destacou Sílvio Costa Filho (PTB). “O desejo é que o Recife possa se reencontrar”, disse Betinho Gomes (PSDB), agradecendo pelos conselhos políticos. Raquel Lyra (PSB) ressaltou “o entusiasmo e a jovialidade do comunista”. “Siqueira sempre defendeu seus princípios, mas não deixou que a ternura fosse perdida”, comentou o primeiro-secretário da Alepe, João Fernando Coutinho (PSB). “Vamos perder um grande mestre e amigo”, observou Raimundo Pimentel (PSB). Cleiton Collins frisou “a capacidade de diálogo” de Siqueira. “É um político com diferencial”, observou Pedro Serafim Neto (PDT).
Homenagem – No pequeno expediente, Luciano Siqueira registrou o centenário de nascimento do artista popular Euclides Francisco Amâncio, ocorrido no último dia 9. Natural de Maraial, na Zona da Mata Sul, ele ficou conhecido como Bajado. Viveu em Olinda, cidade que escolheu para morar na década de 30. “Sua arte traduziu com nitidez e absoluta fidelidade o espírito do povo olindense”, frisou.
Autodidata, Bajado começou a carreira como pintor de cartaz para cinema e de letreiros em casas comerciais. Foi considerado um “artista primitivo” e ganhou prestígio nacional e internacional, chegando a realizar exposições em outros países como Espanha e França.