A instalação de um aterro sanitário nas proximidades do Rio Arataca, localizado no município de Igarassu, e os danos que a medida pode causar ao manancial foram temas debatidos em audiência pública realizada, ontem, pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alepe. A solicitação partiu dos moradores do Engenho Ubu, onde vivem 200 famílias assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), desde 1995.
De acordo com o representante da Associação dos Produtores Rurais do Engenho Ubu, Severino Raimundo, a construção do aterro na localidade oferece riscos à saúde devido à proximidade com o Rio Arataca, além de desvalorizar a área e prejudicar a agricultura familiar. “O chorume poluirá o manancial que funciona como ponto de captação de água da Compesa para abastecer toda a Zona Norte do Recife e Região Metropolitana. Cerca de um milhão de habitantes consomem esta água”. Ele disse que a solução seria a transferência do empreendimento para outro local com aproximadamente cinco quilômetros de distância do rio Alexandre Menelau, que representa a Central de Tratamento de Resíduos de Igarassu, explicou que não haverá perigo de contaminação para a população nem para o meio ambiente, pois o chorume será tratado e, quando a água estiver em condições adequadas, será despejada em outro local, no Canal de Santa Cruz.
“Somos favoráveis à construção do aterro, mas longe do Rio Arataca”, destacou a presidente da Comissão, deputada Ceça Ribeiro (PSB). Ela ainda informou que o colegiado pretende realizar uma visita ao local e solicitar uma audiência junto ao Governo do Estado para tentar solucionar a questão.
Também participaram do debate os deputados Sílvio Costa Filho (PMN), Terezinha Nunes (PSDB), Sebastião Rufino e Ciro Coelho, ambos DEM, e representantes da Compesa e do Ministério Público.