
Atos de violência e de abuso de poder estão sendo cometidos pelo interventor da Usina Nossa Senhora do Carmo, conhecida, atualmente, por Destilaria Cachoeira, no município de Pombos, Laerte Pedrosa de Melo. A denúncia, formulada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pombos, foi apresentada no Plenário da Assembléia, ontem, pelo deputado Nélson Pereira (PCdoB). De acordo com o parlamentar, o interventor usa milícia armada contra ex-operários da destilaria e reprime manifestações.
Pereira se solidarizou com os trabalhadores e solicitou a intervenção do Ministério Público de Pernambuco e providências da Secretaria Estadual de Defesa Social. “O que acontece naquele local é semelhante às práticas do coronelismo. A única diferença é que, em vez de jagunços são usados capatazes e uma milícia armada. Os trabalhadores são impedidos de lutar por seus direitos, pois estão acuados”, esclareceu.
Segundo o deputado, para reprimir as manifestações, o interventor persegue lideranças rurais da área e investiga, por meio das Polícias Civil e Militar, os ex-operários. “As diligências são feitas pela Delegacia de Pombos, onde pessoas foram ouvidas e tiveram que responder sobre os procedimentos adotados pelos movimentos sociais para aceitar integrantes e distribuir cestas básicas.
O interesse da polícia em investigar os trabalhadores da usina causa espanto, uma vez que já aconteceram mais de dez assassinatos nas terras da usina e, até agora, não foram elucidados”, acrescentou.
O deputado lembrou que o Incra realizou vistorias nas terras pertencentes à Destilaria Cachoeira, este ano, e as considerou improdutivas. Pereira solicitou ao instituto a resolução do impasse e alertou que os empregados “estão trabalhando em regime de semi-escravidão”. O parlamentar ainda denunciou crimes ambientais, como o lançamento de água quente direto no leito do Rio Ipojuca.