Desmatamento em Igarassu

Em 23/03/2005 - 00:03
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A Comissão de Meio Ambiente visitou, ontem, a Fazenda Gongaçari, no distrito de Inhamã, em Igarassu, para apurar denúncias de devastação da área. O terreno de 465 hectares pertencia à Usina São José e foi arrendado pelo Grupo Votorantim.

Segundo os moradores e comerciantes do local, a área foi devastada para o plantio de cana-de-açúcar, ferindo a planta diretora municipal que impede que Área de Preservação Ambiental (APA) seja utilizada para monocultura.

Outros problemas foram constatados durante a visita. Devido ao desmatamento da mata ciliar e ao acúmulo de destroços, um afluente do Rio Timbó foi assoreado.

Na entrada da fazenda, foi colocada uma porteira impedindo o acesso ao mangue, que, agora, só pode ser feito por meio de autorização da Usina.

“Posteriormente, eles vão colocar herbicidas e inseticidas na cana e no chão.

Isso vai escoar para o Rio Timbó, contaminando crustáceos e peixes”, alertou o líder comunitário de Cuieiras, José Alves de Lima.

Segundo a deputada Ceça Ribeiro (sem partido), a Comissão apresentará um relatório junto à Promotoria Pública de Igarassu, pedindo para que os criminosos sejam punidos de acordo com a lei de crime ambiental. O presidente do colegiado, deputado Ricardo Teobaldo (PMDB), destacou que a missão será fiscalizar e sugerir aos órgãos competentes ligados à preservação ambiental soluções para os problemas regionais. “Na próxima semana, pretendemos visitar São José da Coroa Grande e agendar uma audiência pública em Barreiros”, declarou. Também participaram da vistoria integrantes do Companhia Independente de Policiamento de Meio Ambiente (Cipoma) e o vice-prefeito de Igarassu, Chico Gomes.