Eurico critica mudança de postura de Lula

Em 27/06/2003 - 00:06
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A “mudança de postura” do presidente Lula foi tema de um veemente pronunciamento do deputado Pedro Eurico (PSDB). Ele apresentou uma lista com doze pontos de divergência entre o discurso e a prática petista, observadas nos últimos seis meses, desde a posse. Eurico questionou as declarações de Luís Inácio sobre a não-interferência do Congresso e do Judiciário no processo de mudança do País e o fato de Lula ter se comprometido a apoiar a Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

Eurico falou também sobre o aumento da taxa de desemprego, “que em seis meses cresceu mais do que em todo o ano 2002”, sobre a Reforma Previdenciária, “que prevê a cobrança dos inativos e aumenta a idade mínima para a aposentadoria para 65 anos, quando no Nordeste a média de vida é de 62 anos, ou seja, vamos trabalhar para garantir as aposentadorias dos servidores do Sul e Sudeste”.

Em aparte, Antônio Moraes (PSDB) disse que a eleição de Lula “foi o maior estelionato eleitoral que o País já viu”. “Ele fez campanha colocando-se contra a Alca, dizendo que ia dar aumento aos servidores públicos e ia acabar com a fome e depois de eleito, fez o oposto do que disse”, explicou. Sílvio Costa (PMN) classificou de incoerente a postura do PT, que, segundo ele, defende o que criticava, e a postura do PSDB, “porque não poderá ser oposição ao que defendia”. “Na verdade, o que estamos vendo é o terceiro governo de Fernando Henrique”, criticou.

Já Alf (PDT) disse que Lula “teve a grandeza de reformular seus pensamentos por entender que estamos vivendo num mundo globalizado”. Maviael Cavalcanti (PFL) questionou o fato do presidente decidir fazer a Reforma Previdenciária, antes de investigar os desvios de dinheiro. Augusto Coutinho (PFL) disse que a população está convivendo com a “irresponsabilidade eleitoral”. “Uma das coisas que precisa ser dita, por exemplo, é quantos bilhões de reais foram desperdiçados, nos últimos oito anos, porque o PT inviabilizou a aprovação da reforma previdenciária que, agora, ele mesmo defende”, apontou.