Pepebista condena ação dos sem-terra

Em 27/04/2000 - 00:04
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Pepebista condena ação dos sem-terra As recentes invasões feitas pelo Movimento dos Sem Terra (MST) e o anúncio das ocupações previstas Fetape no Estado repercutiram na Assembléia Legislativa.

Ontem, o deputado Henrique Queiroz (PPB) protestou contra a “verdadeira guerra civil que estamos presenciando”. O parlamentar lamentou a “incapacidade da polícia para reagir à desordem provocada por esses movimentos”. Os deputados João Paulo e Paulo Rubem, ambos do PT, reagiram ao pronunciamento do pepebista.

“Estou falando sobre um fato divulgado pelos jornais, que é o anúncio feito pela Fetape de que vai invadir 40 propriedades no Estado. Isto é uma tática de guerra, de guerrilha”, atacou Henrique Queiroz. “E a polícia, infelizmente, está incapacitada e sem poder de reação. Os invasores, inclusive, utilizam a tática do confronto para ganhar a opinião pública”, denunciou.

Queiroz apontou a invasão do MST na fazenda do deputado Diniz Cavalcanti (PMDB) como “exemplo” do que está acontecendo em Pernambuco. “Trata-se de uma propriedade produtiva. Mas eles não respeitam mais isso”, alertou. O deputado disse que o Governo do Estado está fazendo o seu papel. “O governador Jarbas está distribuindo 10 mil hectares de terra, além de dar condições de sustentação a essas famílias. Mas isto não é reconhecido”, lamentou.

Reação – Para João Paulo, a questão é outra. “O que temos que discutir é a necessidade de uma reforma agrária efetiva no País, de uma política agrária e agrícola para os trabalhadores. Sem isto, o que resta é invadir terras para manter a sobrevivência de inúmeras famílias do campo. Se houvesse um governo sério e comprometido com as classes trabalhadoras, isso não precisava acontecer”, atacou.

Citado no pronunciamento de Henrique Queiroz, o deputado Diniz disse que ficava “em parte com ele e em parte com João Paulo”. “Na verdade, já estamos numa guerra civil. Mas os sem terra não foram inventados, mas criados pelo Governo Federal e pelo Banco do Brasil, que deixaram de dar terra e dinheiro aos trabalhadores”, advertiu.

Paulo Rubem ironizou a “visão” de Queiroz sobre o assunto. “É absolutamente clara a questão da terra no Brasil: somos um País atrasado neste ponto. Mas parece que o deputado está com um problema de visão, de falta de sensibilidade.

É lamentável”. Para Geraldo Coelho (PFL), o assunto precisa ser discutido mais vezes pelos parlamentares. (Marconi Glauco)