CPI desmascara “laranja”

Em 26/04/2000 - 00:04
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CPI desmascara “laranja” Motorista confirma que atuou em favor da Balança Distribuidora A prática de utilizar “laranjas” em empresas fantasmas, como parte da estratégia para sonegação de impostos, foi evidenciada ontem pelos parlamentares da CPI dos Combustíveis. Em seu depoimento, o motorista Ubiratan Ferreira da Silva entrou diversas vezes em contradição e “deixou claro” para os deputados que foi utilizado como “laranja” da empresa Balança Distribuidora de Petróleo.

Segundo Ubiratan, em 1997, juntamente com outro motorista, de nome Edmilson, e sob orientação do contador Antônio José Lopes, havia aberto, a empresa. Mas, “por falta de capital de giro”, resolveu vender a firma para Sérgio Mariz e Carolina Melo Ferreira, por R$ 10mil. Acontece que os deputados provaram, através de documentos entregues à CPI pelo próprio depoente, que ele havia feito uma alteração contratual, vendendo a empresa a “dona Carolina”, que é noiva de Sérgio, por R$ 240 mil, sendo que continuava como sócio. Hoje, a empresa deve “alguns milhões” ao Fisco.

“O senhor foi enganado. Esses documentos que o senhor nos entregou são sua sentença de prisão”, advertiu o deputado Paulo Rubem (PT). Para o relator da CPI, deputado Pedro Eurico (PSB), não há dúvidas sobre o depoimento. “Ele mentiu o tempo todo. Na verdade, trata-se de um laranja do senhor Sérgio Mariz”, opinou. “O senhor tem que denunciar essas pessoas, senão o senhor será o único a responder pelos crimes”, advertiu Ranilson Ramos.

Por fim, diante de todos os fatos levantados pela CPI, o depoente teve que reconhecer.

“Acho que fui usado por seu Sérgio, dona Carol e seu Lopes. Eu apenas assinei os papéis que eles me deram. Não li nada”, declarou o motorista Ubiratan.

Depois, a Comissão tomou os depoimentos de Sérgio Mariz e Carolina Ferreira.

(Marconi Glauco)