AL cria CPI para investigar o narcotráfico no Estado Em atenção a requerimento do deputado Pedro Eurico (PSB), o presidente em exercício da Assembléia Legislativa de Pernambuco, deputado Bruno Araújo (PSDB), resolveu criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de crimes ligados ao narcotráfico e a grupos de extermínio, além de atos de violência praticados contra crianças e adolescentes no Estado. Eurico baseou seu pedido em estatísticas levantadas por órgãos de segurança pública e divulgados pelo Jornal Folha de São Paulo, em 17 de outubro de 1999, que atribui a Pernambuco um dos maiores índices de homicídios do País.
Não bastasse essa marca, o líder do PSB na Assembléia revela que, das cem cidades brasileiras mais violentas, 28 estão localizadas no Estado. “Essa dura e cruel realidade atinge todos os quadrantes do Estado, desde as cidades sertanejas de Cabrobó, Belém do São Francisco, Floresta e Petrolina, até as litorâneas Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão e Igarassu”, observa Eurico, lembrando que esses registros também ocorrem em diversos municípios do Agreste e da Zona da Mata.
Impunidade Na opinião do deputado socialista, essa escalada de violência tem um vínculo estreito com a expansão do tráfico de drogas e do crime organizado em Pernambuco. Pedro Eurico afirma que esses delitos vêm sendo intensificados com a presença de integrantes do Comando Vermelho nas quadrilhas que atuam no Polígono da Maconha, conforme relatório encaminhado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro à CPI do Narcotráfico da Câmara Federal.
“Na esteira da ação criminosa dos narcotraficantes proliferam os assassinatos de crianças e adolescentes, fruto da ação de grupos de extermínio que, na maioria dos casos, tem sido objeto de inquéritos inconclusos sob a rotineira alegação de ‘crimes de autoria desconhecida'”, assinala. A morosidade na tramitação dos processo judiciais também é vista como um estímulo à pratica criminosa, já que contribui para agravar o quadro de impunidade. Ele acredita no poder da CPI de motivar as autoridades das áreas de justiça e segurança na busca por soluções “racionais e eficientes” para o problema. (Simone Franco)