Alepe - Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco

     Art. 1º Fica inscrito o nome de Ana Moraes de Andrade no Livro do Panteão dos Heróis e das Heroínas de Pernambuco - Fernando Santa Cruz.

     Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

     Ana Moraes de Andrade, ou Anita Moraes, como era carinhosamente conhecida, nasceu em 2 de abril de 1906, no Engenho Cumbe, no Município de Nazaré da Mata, Pernambuco, filha do Dr. Francisco Porphírio de Andrade Lima e Dona Cândida Rosa de Morais Andrade Lima.

     Dona Anita se casou com o Sr. Antônio de Morais Andrade, em 31 de janeiro de 1921, no oratório privado da Casa Grande do Engenho Três Poços, em Macaparana.

     Matriarca de uma família de parlamentares, que inclui o Ex-Governador Jarbas Vasconcelos, o Deputado Federal André de Paula,  Deputado Estadual Antônio Moraes, ex-Deputado Federal Egídio Ferreira Lima, ex-Senador Jarbas Maranhão, ex-Deputado Federal José Moura, ex-Deputado Federal João Ferreira Lima e ex-Deputado Federal Maurílio Ferreira Lima. 

     Em sua biografia, Anita Moraes –  a matriarca de Macaparana sempre defendeu a presença da mulher no cenário político, destacando o que a difere dos homens: “Os homens que me desculpem, mas quando a mulher decide entrar na política mostra uma postura mais severa e de mais coragem, e com isso é muito importante quando se governa”.

     Foi levada ao mundo político pelo seu marido, um militante da Aliança Liberal, em 1924, aos 18 anos de idade, motivada pelo ideal de ajudar os pobres, superou preconceitos e fez de sua garra, coragem e inteligência, armas para enfrentar as adversidades e fortalecer o que sempre acreditou: a aliança entre a política e a caridade.

     Na Revolução de 1930, em que um golpe de Estado depôs o Presidente Washington Luís, no dia 24 de outubro de 1930, D. Anita protegeu, na região, seus adversários que haviam fugido. Ficou nas ruas, enfrentando tropas e caminhões da polícia.

      Em 1934, ingressou no Partido Político União Democrática Nacional (UDN), sempre lutando pela desigualdade social e pela população menos favorecida.

     Foi vereadora pela primeira vez em 1945, o que causou grande repercussão, na época pois não era comum uma mulher de apenas 39 anos de idade ocupar um cargo político, principalmente no interior do Estado.

     Obteve sua reeleição em várias outras legislaturas, sendo a vereadora mais votada em quatro delas.

     Foi eleita Presidente da Câmara de Vereadores de Macaparana e, em 1952, assumiu a Prefeitura, em virtude do afastamento do Prefeito, se tornando então a primeira mulher Prefeita do Estado de Pernambuco.  

     Fez grandes investimentos no município de Macaparana naquela época: reconstruiu as estradas que ligam a sede do município a diversos distritos, conseguiu recursos para a construção da barragem em Macaparana, situada no Rio Bonito.

     O nome de Dona Anita foi também reconhecido através da Lei Estadual nº 13.447, de 14 de maio de 2008: “Fica denominada "Barragem do Siriji Dona Anita Moraes", a barragem localizada no município de Vicência – PE, conhecida por Barragem do Siriji, e também conseguiu recursos para a construção do prédio da sede dos Correios, no município de Macaparana.

     Com muita luta, conseguiu construir, em 1945, o Grupo Escolar Brigadeiro Eduardo Gomes, que, inicialmente, tinha apenas três salas de aula. Mas, em 1959, a Escola passou a ser mantida pelo Estado, e em 1989 foi realizada uma importante reforma e ampliação do prédio. Ao todo, “Dona Anita” construiu sete escolas no município.

     Em setembro de 1967, fruto de muito esforço e dedicação de “Dona Anita”, foi inaugurada a Casa de Saúde Santo Antônio, uma referência naquela época, composta por enfermarias, maternidade, centro cirúrgico e gabinetes médicos.

     Cumpriu seu último mandato como vereadora em 1969, e foi candidata pelo Partido Trabalhista Nacional a Deputada Estadual, ficando na terceira suplência. Três anos depois, elegeu seu filho Ary Prefeito de Macaparana.      

     Ana Moraes de Andrade, “Dona Anita”, faleceu no município de Macaparana no dia 11 de julho de 2003. Foi mãe, avó, bisavó, madrinha de crianças e mãe de dezenas de filhos adotivos. Sua militância foi intensamente missionária.

     Inclui-la no Livro do Panteão dos Heróis e das Heroínas de Pernambuco - Fernando Santa Cruz, consagra e eterniza o nome da heroína Ana Moraes de Andrade, que marcou a história do Estado de Pernambuco, cuja bravura e heroísmo contribuiu com a formação da identidade pernambucana, a defesa de direitos e com a luta por liberdade e justiça social. 

     Tendo em vista, assim, toda essa trajetória da heroína pernambucana Ana Moraes de Andrade, solicito o apoio dos nobres pares para a aprovação do presente Projeto de Resolução.