Plano para enchentes do rio Tejipió é debatido na Alepe

Em 19/04/2024
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Debater o plano de contingência para enchentes foi o objetivo da primeira reunião da Frente Parlamentar do Rio Tejipió, realizada na última quinta, na Alepe. O documento detalha as ações que devem ser adotadas por diversos órgãos em situações de desastre e de emergência, além dos locais de abrigamento dos moradores atingidos. 

Nenhum dos municípios da Bacia do Rio Tejipió – Recife, Jaboatão dos Guararapes e São Lourenço da Mata – divulgou um plano de contingência para o inverno 2024. A situação é preocupante já que a região está no período chuvoso, que exige maior atenção em termos de inundações e deslizamentos de barreiras. 

O plano de contingência do Recife está pronto e deve ser divulgado no site da Operação Inverno na próxima semana. O anúncio foi da gerente-geral de Atenção Social da Defesa Civil, Giselle Vieira. Ela também destacou ações já iniciadas dentro do programa de requalificação urbana Pró Morar. Os recursos para este ano são de 40 milhões de reais para a Bacia do Tejipió, mas o prazo para a implantação total é de cinco anos. “Então, um conjunto de intervenções está sendo pensado pela Prefeitura do Recife para que sejam medidas de médio e longo prazo, inclusive em algumas áreas o reassentamento de algumas famílias que estão nessas áreas não edificantes, que estão vivendo em condições desumanas, estão sofrendo, e aí o processo de reassentamento dessas famílias vai acontecer na medida que o programa vai evoluindo nesses bairros.”

Representante da Secretaria de Defesa Civil de Jaboatão dos Guararapes, Ana Cláudia Cavalcante garantiu que a população será assistida pelo plano de contingência que já abrange todo o município. “A gente tem cerca de duas mil pessoas impactadas diretamente com as inundações do Tejipió. E aí o que ocorre é que a gente não tem um plano específico para o Rio Tejipió, mas a gente tem um plano para inundações. Então, esse plano ele já abarca toda a população que precisar de assistência em momentos de inundação. A gente tem uma população de 600 mil habitantes em Jaboatão então o impacto para duas mil pessoas a gente consegue abarcar no plano que a gente já está atuando com ele.” 

Jéssica Dias, do Fórum Popular do Rio Tejipió, nomeou as chuvas de ‘calendário ambiental comunitário’, dada a recorrência dos prejuízos para as famílias. Ela pediu que as prefeituras pensem formas de fortalecer organizações que já conhecem as dinâmicas locais para que possam construir planos específicos. Também defendeu fortalecer a educação ambiental e deu como exemplo o descarte de lixo doméstico em áreas onde a população nem sabe que a água acumulada é parte do rio. “Como é que a gente pode trazer essas famílias para um diálogo e pensar estratégias conjuntas para um processo de educação ambiental, para, como eu falei, o plano de contingência integrado não só entre as secretarias, mas entre as organizações mapeadas. E essas coisas elas não podem ser dissociadas, elas não podem ser focalizadas, e nem podem ser temporalizadas: só no inverno. Elas precisam ser de ordem contínua.”

Coordenador da Frente Parlamentar, o deputado João Paulo, do PT, pretende convidar representantes do Governo do Estado para contribuir com o trabalho. Ele também anunciou data e local da próxima reunião: será no dia 30 de abril, na Associação de Moradores do Ipsep.