Menos de 2% dos estudantes em Pernambuco abandonam a escola durante o ensino médio. A estatística foi evidenciada pelo secretário estadual de Educação, Frederico Amancio, em audiência pública realizada na Alepe, nessa terça. O secretário apresentou os dados do Relatório Anual de Indicadores da Educação de 2017, previsto na Lei de Responsabilidade Educacional. Amancio comemorou os resultados alcançados. “Pernambuco hoje é considerado a grande referência do Brasil em ensino público, no que diz respeito ao ensino médio. E, consequentemente, isso se espelha na melhoria dos nossos números todos, de redução da taxa de abandono escolar, de melhoria da taxa de aprovação, de redução da taxa de reprovação, de melhoria dos indicadores nas avaliações externas, de IDEB, de IDEPE. Então, de uma forma geral, os nossos números estão todos avançando aqui no Estado.”
No que se refere ao rendimento escolar, Pernambuco tem a melhor taxa de aprovação do Brasil no ensino médio: cerca de 90 por cento. Graças a dados como esse, o Estado teve o maior aumento percentual já registrado no Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco, IDEPE. Para o presidente do Conselho Estadual de Educação, Ricardo Chaves, os avanços são especialmente importantes porque se deram num contexto de crise financeira, em que a falta de recursos freia o desenvolvimento do ensino. Apesar dessas conquistas, o professor Fernando Melo, presidente do Sindicato de Educação de Pernambuco, Sintepe, relatou a insatisfação da categoria com os salários. “O governo Paulo Câmara, ainda enquanto candidato, fez uma promessa de dobrar o salário dos professores em quatro anos. A sua primeira gestão está encerrando e nós até agora não tivemos essa promessa cumprida.”
As capacitações oferecidas à categoria também receberam críticas do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo. Segundo ele, as atividades contemplam apenas os professores e não incluem o conjunto dos profissionais da área, como pedagogos, merendeiras e porteiros. “Quando você pega o relatório, ele trata da meta, fala dos profissionais da educação, mas quando vai explicar e detalhar, só fala de professores. Então pra nós da Confederação isso é um grave erro porque entendemos que o processo da qualidade da educação é feito pelo conjunto dos que atuam na escola.”
Na opinião do deputado Edilson Silva, do PSOL, o relatório não reflete a realidade das salas de aula. Presidente da Comissão de Educação, que promoveu a audiência pública, a deputada Teresa Leitão, do PT, afirmou que as informações do documento são realistas, sobretudo aquelas que concernem à infraestrutura das escolas do interior. Teresa, porém, denunciou a omissão de estatísticas. “Mas há dados, eu não digo que são de marketing, mas que estão omitidos. Por exemplo, a ausência de democratização da gestão, em relação à própria relação pedagógica dentro da escola. Não existe gestão democrática nas escolas de Pernambuco.”
A despeito das críticas, a parlamentar elogiou a apresentação anual dos dados, como agenda permanente do Colegiado de Educação.