Deputados da bancada evangélica da Assembleia prestaram solidariedade ao deputado federal Cabo Daciolo (RJ), expulso do PSOL, no último domingo (16), sob acusação de infidelidade partidária. Durante a Reunião Plenária desta segunda (18), Pastor Cleiton Collins (PP), Adalto Santos (PSB) e Joel da Harpa (PROS), afirmaram que a verdadeira causa do afastamento seria intolerância religiosa.
Daciolo é autor da Proposta de Emenda à Constituição 12/2015, que altera a redação do parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal. Em vez de determinar que todo o poder emana do povo, como é atualmente, o novo texto seria todo o poder emana de Deus.
Collins fez um apelo para que a decisão fosse revista. Não aceitarei esta posição radical de um partido que prega tolerância em outras questões, expressou. Adalto Santos anunciou que, em nome da bancada evangélica, ingressará com um Voto de Protesto contra o partido. Joel da Harpa leu uma mensagem de Daciolo, lembrando que caberia ao PSOL derrotar a PEC no Congresso Nacional.
Único deputado do PSOL na Casa, Edilson Silva afirmou que o partido defende o Estado laico e que não agiu com intolerância, pois optou por não reivindicar, na Justiça, o mandato do deputado. Temos no PSOL pastores, cristãos, mas que respeitam o estatuto e o conteúdo programático, discursou.
Teresa Leitão (PT) defendeu a soberania do PSOL para decidir sobre processos internos envolvendo os filiados. Já Antônio Moraes (PSDB) sustentou que Daciolo conhecia o programa do partido, e poderia ter optado por disputar o mandato por outra legenda.