
SINTEPE – Ivete Caetano alega que o Governo não foi transparente com a categoria. Foto: Giovanni Costa
Trabalhadores da educação participaram de uma reunião com parlamentares na manhã desta segunda (9). O objetivo do encontro foi esclarecer sobre o adiamento da votação do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 2968/2025, que garante, entre outras medidas, reajuste de 6,27% para a categoria. A proposta entrou na ordem do dia na última quarta (4), mas não houve votação por insuficiência de quórum.
O presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), atribuiu o adiamento a uma manobra do Governo do Estado para esvaziar o plenário em razão de outros assuntos, como a aprovação do indicado para o cargo de administrador de Fernando de Noronha e a autorização para novas operações de empréstimo, que aguardam o aval do Legislativo.
Ele garantiu que, embora a pauta da Alepe esteja trancada desde o mês passado, projetos de lei complementar – como é o caso da matéria que beneficia a categoria – não foram atingidos. “O que vem acontecendo é uma tentativa de jogar a população contra a Alepe. Não vamos aceitar pressão do Palácio”, declarou Porto.

AVALIAÇÃO – Para o presidente Álvaro Porto, há “tentativa de jogar a população contra a Alepe”. Foto: Giovanni Costa
Sindicato
Na avaliação da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Ivete Caetano, o Governo não foi transparente com a categoria. Ciente do impasse entre os Poderes, ela disse ter questionado a secretária de Administração, Ana Maraíza, se haveria quórum para votar a proposta, amplamente negociada com os professores. Apesar da garantia de que a base governista compareceria à reunião plenária, não foi o que ocorreu.
“O governo não foi transparente com este Sindicato, porque quer usar o nosso projeto de lei para forçar a aprovação dos outros, essa é a verdade. Era hora de estarmos preparando as escolas para festejar o São João, porque poucas prefeituras fizeram o acordo que nós fizemos”, afirmou a líder sindical.
O consultor-geral da Alepe, Marcelo Cabral, apresentou uma linha do tempo para mostrar que o projeto tramitou em tempo recorde nas comissões parlamentares, com aprovação em apenas quatro dias. “Isso mostra o compromisso do Legislativo em fazer com que o Governo cumpra o que combinou com os professores na folha deste mês”, analisou o deputado Rodrigo Farias (PSB), vice-presidente da Casa.
Discursos

VOTAÇÃO – Deputado Mário Ricardo pediu que governistas compareçam no plenário. Foto: Giovanni Costa
Oito parlamentares participaram da reunião, realizada no Auditório Sérgio Guerra. Para o presidente da Comissão de Justiça da Alepe, Coronel Alberto Feitosa (PL), a atitude do Executivo coincide com o início de uma ação de fiscalização do Legislativo sobre os empréstimos.
Nesse sentido, o líder da Oposição, Diogo Moraes (PSB), considerou que, antes de realizar novas operações de crédito, é preciso prestar contas dos recursos já acessados. “Não podemos aprovar empréstimos bilionários como se fosse ‘trocado’. É o endividamento do Estado, a gente precisa garantir que os compromissos assumidos poderão ser honrados mais para frente”, frisou.
O deputado João Paulo (PT) defende, como caminho mais maduro, votar as matérias em que há consenso. Mário Ricardo (Republicanos) pediu que a base do Governo compareça para votar a matéria no plenário, apelo feito também pelas deputadas Rosa Amorim (PT) e Dani Portela (PSOL). Antonio Coelho (União) opinou que o debate sobre a educação deve estar acima das disputas políticas.