A Alepe se solidarizou com as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul na reunião plenária desta segunda. A pedido do presidente Álvaro Porto, do PSDB, os deputados fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas e mencionaram em pronunciamentos a tragédia ocorrida no território gaúcho.
Rosa Amorim, do PT, prestou apoio às pessoas afetadas pela catástrofe climática. Ela afirmou que 332 municípios foram atingidos e que mais de 80 mil pessoas ficaram desalojadas. A deputada destacou as ações de solidariedade do MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra e enalteceu o trabalho das pessoas que atuam nos resgates. A petista ainda denunciou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que, segundo a deputada, não preparou o estado para situações de emergência. Rosa Amorim alertou que Pernambuco também precisa se precaver para evitar tragédias. “A culpa não é da chuva e se tem crise climática, a consequência das escolhas é consequência das escolhas que as pessoas estão tomando. E se nós estamos em situação de crise climática, uma crise ambiental profunda que vive o mundo, já sabemos há décadas desse debate e deve haver preparação do estado para situações de emergência.”
Doriel Barros, do PT, e João Paulo Costa, do PCdoB, também fizeram referência às cheias ocorridas no Sul do País.
João Paulo, do PT, anunciou o início da coleta de assinaturas de parlamentares para instalação de uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, para investigar a Neoenergia, devido às constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica. Em seguida, defendeu as lutas por justiça e equidade da classe trabalhadora. Ele citou o aumento na demanda das categorias por melhorias nos direitos e na qualidade de vida e deu como exemplo a situação da greve dos professores universitários e a situação das faixas salariais dos policiais em Pernambuco. “O engajamento dos diversos setores da sociedade continua sendo crucial para assegurar que as reformas e políticas implementadas não apenas avaliem as urgências imediatas, mas também promovam uma reestruturação inclusiva e significativa do tecido social e econômico do país.”
João Paulo ainda criticou a extrema direita por, segundo ele, utilizar de mazelas criadas por ela própria para, num discurso demagógico, dividir e colocar a classe trabalhadora contra governos democraticamente eleitos.
Em resposta, Coronel Alberto Feitosa, do PL, criticou o deputado João Paulo pelo posicionamento a favor do projeto de extinção gradual das faixas salariais dos policiais e bombeiros militares, de autoria da governadora Raquel Lyra. Feitosa defende o fim imediato da medida. “Faço aqui o apelo para que seja essa a posição apenas de vossa excelência e não do Partido dos Trabalhadores, que ainda tem na sua essência o nome ‘trabalhadores’, e eu acho que ele foi criado por um trabalhador que tem como bandeira a defesa do trabalhador, e deputado João Paulo, não existe classe mais trabalhadora, não existe classe mais sofrida do que a classe do policial e do bombeiro.”
João Paulo voltou à tribuna para rebater o questionamento do Coronel Alberto Feitosa. Ele disse ter uma longa trajetória, desde a ditadura, de apoio aos trabalhadores, de defesa da democracia e de combate às injustiças sociais. Considerou ser um “ato de desonestidade do deputado bolsonarista” questionar o apoio dele aos trabalhadores, e avaliou que há uma tentativa de antecipar a discussão sobre a sucessão estadual, que só vai ocorrer em 2026.
Izaías Régis, do PSDB, anunciou a realização da feira Expoagro Agreste em Garanhuns, no Agreste Meridional, entre 8 e 12 de maio. O deputado ressaltou a relevância do evento e expressou gratidão à governadora Raquel Lyra pelo apoio à realização. Na sequência, o parlamentar defendeu a família proprietária da Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, hospital privado de Garanhuns que recebe recursos públicos e atende por meio do SUS. Régis afirmou que o grupo, que tem vínculos com a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, utiliza os repasses para custear serviços essenciais como hemodiálise, quimioterapia e UTI. “Garanhuns precisa da UTI da Casa de Saúde Nossa Senhora Perpétuo do Socorro e eu tenho a consciência e a plenitude do que estou dizendo: jamais, jamais, a família Tinoco entraria em alguma coisa errada.”
Em resposta, o deputado Sileno Guedes, do PSB, que havia denunciado que a unidade recebe mais recursos que o Hospital Regional Dom Moura, afirmou que a intenção dos deputados da Comissão de Saúde não foi prejudicar a família da vice-governadora Priscila Krause. “Em nenhum momento os deputados que estavam presentes lá no Dom Moura acusaram qualquer família de quem quer que seja, não citou o nome de ninguém. Mas se demonstrou que um hospital que recebe recursos públicos, sim, recebe pelo menos dez vezes mais do que recebe um hospital público.”
Doriel Barros, do PT, se preocupa com a paralisação nos serviços dos perímetros irrigados no Sertão do Estado. O deputado relatou o apelo dos agricultores familiares que dependem do sistema e alertou para o risco de falta de água para a população em diversas agrovilas. De acordo com o parlamentar, a interrupção afeta mais de 45 mil agricultores familiares. Ele comentou também os esforços do Governo Federal para buscar soluções e fez um apelo à governadora Raquel Lyra para que intervenha na situação.
Os 181 anos de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul, foram destacados pelo deputado Henrique Queiroz Filho, do PP. O parlamentar lembrou que o local foi um dos poucos a ser elevado de vila à categoria de cidade, em 1843, com o nome de Vitória. Já em 1939, passou a ser chamado de Vitória de Santo Antão, para se diferenciar de outras cidades com o mesmo nome. O parlamentar também destacou a importância estratégica da cidade atualmente em relação ao comércio, educação e saúde, além de ser cortada pela principal rodovia do Estado, a BR-232.