
ERROS – “Presidente foi informado e aconselhado pelo Ministério da Saúde, mas agiu contra a orientação técnica.” Foto: Nando Chiappetta
A apresentação do relatório da CPI da Pandemia do Senado Federal motivou discurso do deputado João Paulo (PCdoB), na Reunião Plenária desta quinta (21). O parlamentar comentou alguns pontos do documento, destacando fatos apurados sobre a compra de vacinas – em alguns casos, com indícios de corrupção – e a forma como o Governo Federal vem administrando a crise sanitária.
“A insistência no tratamento precoce em detrimento da imunização aponta para o presidente da República como o principal responsável pelos erros cometidos pela gestão durante a pandemia de Covid-19. Ele foi corretamente informado e aconselhado pelo Ministério da Saúde e, mesmo assim, agiu contra a orientação técnica”, pontuou.
A CPI pediu o indiciamento de duas empresas e 71 pessoas, entre elas, Jair Bolsonaro por nove crimes. Os filhos do presidente, alguns ministros, empresários, médicos e parlamentares também estão na relação. “Bolsonaro contribuiu para o aumento da contaminação e das mortes. Ele deu as costas para as premissas científicas e tentou minimizar o valor da vida. É inadmissível que saia impune dessas acusações”, completou o comunista.
O assunto foi abordado pela deputada Teresa Leitão (PT) no Pequeno Expediente. “A CPI comprovou que Bolsonaro cometeu três crimes contra a humanidade, além de corrupção, prevaricação e outros. O extermínio, a perseguição a grupos e a prática de atos desumanos se incluem nessa lista. Devido a um comportamento genocida, milhares de pessoas morreram e outras tantas adoeceram”, disse. “Caberá à Justiça cumprir seu papel e punir os indiciados.”
A petista ressaltou a gravidade das revelações nos depoimentos das vítimas. “Ao comparar a atitude do presidente com a de outros governantes do mundo, observa-se que a orientação dele era completamente diversa da adotada em países que conseguiram uma melhor convivência com a doença. Pelo menos metade das mortes poderiam ter sido evitadas, se as medidas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde tivessem sido adotadas”, analisou.
O deputado José Queiroz (PDT), por sua vez, usou parte do pronunciamento para comentar o pedido de indiciamento de Jair Bolsonaro. “O presidente foi acusado de crimes contra a humanidade. O documento será encaminhado para o Ministério Público Federal, que poderá produzir as ações para reparar os assassinatos cometidos na pandemia de Covid-19”, observou.