
EMENDA – “Representantes políticos precisam, ainda mais do que todos os agentes, dar o exemplo.” Foto: Jarbas Araújo
A vacinação obrigatória para todos os servidores públicos e prestadores de serviços do Governo de Pernambuco foi defendida pelo deputado João Paulo (PCdoB), na Reunião Plenária desta quinta (30). O Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 2661/2021 obteve aval do Plenário, em primeiro turno, nesta manhã.
Ao dar parecer à matéria na Comissão de Justiça, o comunista acrescentou ao texto a possibilidade de restringir o acesso de pessoas não imunizadas às repartições públicas, inclusive à própria Alepe. “Representantes políticos precisam, ainda mais do que todos os servidores, dar o exemplo”, opinou.
O parlamentar relacionou os opositores da vacina aos defensores do chamado “tratamento precoce”, sem efeito comprovado contra o novo coronavírus. “No caso criminoso da empresa Prevent Senior, os médicos eram obrigados a prescrever o ‘kit Covid’”, salientou João Paulo, que recebeu reforço do deputado José Queiroz (PDT) em aparte.
Também a deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), apoiou o PLC 2661: “A mesma direita negacionista dos milhares de mortes da pandemia tenta negar o uso de máscaras e a eficácia da vacinação”, disse. Já a deputada Teresa Leitão (PT) questionou o posicionamento contrário de parlamentares que, anteriormente, defenderam vacinas para categorias específicas. “É hipocrisia fazer tantos apelos e agora dizer que obrigatoriedade é fascismo”, observou a petista.
Outros deputados argumentaram contra a iniciativa. Para Joel da Harpa (PP), a medida fere direitos individuais. “Fui um dos deputados que mais brigou pela imunização dos policiais, até porque muitos de nossos companheiros perderam a vida para a Covid-19. Mas sou contra a imposição”, considerou. Do mesmo modo, Alberto Feitosa (PSC) vê “autoritarismo” na atitude do Governo Estadual.
Atos contra Bolsonaro
João Paulo aproveitou o pronunciamento para apoiar as manifestações contra Jair Bolsonaro marcadas para o sábado (2). “Sempre discordei das forças políticas conservadoras, mas elas fazem parte do debate democrático. Já o bolsonarismo é outra coisa: tem como base uma tentativa de revide e inveja vinda de militares que saíram da vida pública após o fim da ditadura”, crê.
Segundo o comunista, “hoje nem metade dos que votaram em Bolsonaro votariam nele de novo”. “Precisamos expor, no protesto, que é hora de nos livrarmos deste pesadelo. Mostrar que o Brasil de verdade é feito de esperança, apego aos valores democráticos, justiça social, amor e respeito à vida”, concluiu.
Reforma Administrativa
No tempo destinado à Comunicação de Lideranças, o parlamentar tratou do projeto de Reforma Administrativa do Governo Federal. Ele repudiou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/2020, aprovada por uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados no último dia 23.
“Essa medida entra para uma coleção de textos perniciosos que pioram os serviços públicos. É parte de um festival de reformas neoliberais que só trazem prejuízos, sem nenhum dos efeitos positivos desejados por seus idealizadores”, analisou João Paulo. “A PEC 32 é desastrosa: quer retirar a estabilidade dos servidores, quando as pessoas mais precisam do trabalho desses agentes.”
A proposta de Reforma Administrativa também será debatida pela Alepe, por meio de uma Comissão Especial instalada na última terça (28) e coordenada pelo comunista.