
O deputado João Paulo (PCdoB) criticou, na Reunião Plenária desta quinta (6), o que chamou de “uberização da educação”. O discurso do parlamentar tratou do Sistema Prof-e, que cadastra professores para atuar como substitutos nas redes privada e pública de ensino. Ele comparou o aplicativo ao de uma empresa responsável por serviço de transporte privado.
Para o comunista, o Prof-e precariza o trabalho dos professores e pode comprometer a qualidade do ensino, uma vez que não há exames para seleção e ao cadastrado é permitido oferecer aulas de disciplinas fora da sua área de formação. “Qualquer unidade escolar, inclusive do Ensino Superior, pode solicitar uma aula pela plataforma da Web, da mesma forma que pede um carro da Uber”, explicou.
João Paulo frisou, ainda, que o eventual docente não sofre apenas com falta de garantia no emprego e remuneração insegura, mas também por sentir-se excluído da comunidade ocupacional. Torna-se, nas palavras do deputado, um “operacionalizador da aula”. “Será necessária a mais ampla mobilização dos professores e o apoio da sociedade para impedir que a educação se transforme em mais uma modalidade de escravidão digital”, acredita.
De acordo com o parlamentar, uma educação de qualidade só é possível com a valorização dos professores e demais profissionais do setor. “Só conseguiremos manter o padrão alcançado por alguns Estados, como Pernambuco e Maranhão, por meio de concurso público, contratação digna para docentes temporários e planos de carreira”, afirmou.