
AVALIAÇÃO – Para parlamentar, certame foi um “fracasso, mas evitou prejuízos ao País”. Foto: Roberto Soares
O resultado do leilão de cinco áreas de exploração de petróleo do Pré-Sal, realizado no último dia 6, foi comentado pelo deputado João Paulo (PCdoB), na Reunião Plenária desta terça (12). Das quatro áreas em oferta, apenas duas foram arrematadas, majoritariamente pela Petrobras, com uma pequena participação das estatais chinesas CNODC Brasil e CNOOC Petroleum. O parlamentar qualificou o leilão como um “fracasso”, mas considerou que a frustração dos planos do Governo Federal “evitou prejuízos ao País”.
A arrecadação total prevista era de R$ 106,5 bilhões, mas o resultado final foi de R$ 69,96 bilhões, pagos pelo direito à exploração. Empresas de outros países, além do Brasil e da China, desistiram de fazer ofertas no leilão. “A sanha de se livrar do patrimônio público esbarrou no descrédito das corporações petrolíferas, que hoje não apostam tanto na estabilidade do Governo Bolsonaro”, observou o comunista.
“Era um negócio de pai para filho, em que as empresas receberiam o equivalente em petróleo a R$ 667,36 bilhões por 30 anos, com uma média de receita anual de cerca de R$ 22 bilhões, o que significaria receber de volta o valor investido em quatro anos. Mas houve o temor de que o negócio fosse anulado posteriormente, por conta de mudanças políticas”, avaliou João Paulo.
“Para quem estava preocupado com o futuro do patrimônio brasileiro, esse fracasso deve ser comemorado. Evitou-se um grande prejuízo ao País e ficou comprovado que o Governo Bolsonaro não merece confiança a longo prazo”, prosseguiu. Porém, para o deputado, ainda é necessário que as organizações da sociedade civil “se engajem na luta contra as vendas indiscriminadas e negócios malfeitos, em defesa de nossa soberania”.