João Paulo faz balanço de vazamento de óleo nas praias e pede ações federais

Em 30/10/2019 - 16:10
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CRÍTICA - “Ainda não temos respostas, planos de longo prazo ou cenários possíveis de ações efetivas.” Foto: Roberto Soares

CRÍTICA – “Ainda não temos respostas, planos de longo prazo ou cenários possíveis de ações efetivas.” Foto: Roberto Soares

Dois meses após o aparecimento das primeiras manchas de óleo no litoral do Nordeste, o deputado João Paulo (PCdoB) foi à tribuna, na Reunião Plenária desta quarta (30), fazer um balanço da situação. Ele protestou contra a demora da União em agir e cobrou medidas do Governo Federal, criticando o que chamou de “tentativas de ideologizar o problema”. “Ainda não temos respostas, planos de longo prazo ou cenários possíveis de ações efetivas”, disse.

O parlamentar listou consequências do vazamento, que teria potencial para danificar permanentemente o ecossistema marinho, a economia local e a saúde humana. “Segundo especialistas, os malefícios devem se prolongar por dez anos ou mais. Em Pernambuco, voluntários tiveram que buscar clínicas e hospitais por causa de sintomas de intoxicação, como dificuldades respiratórias, dermatites e doenças de pele”, citou, ressaltando os riscos do benzeno, que é cancerígeno.

Nos últimos dias, mais de mil toneladas de óleo foram removidas de cerca de 250 praias. “Mas, ainda que o piche seja retirado, os componentes químicos continuarão circulando nas correntes marítimas sem serem detectados a olho nu”, pontuou João Paulo. Ele lamentou, especialmente, a situação de pescadores e marisqueiros. “Foram mais de 150 mil profissionais afetados, sendo 10 mil pessoas diretamente dependentes da pesca somente em Pernambuco. No Ceará, as vendas de pescados já caíram 70% e, em alguns locais, foram proibidas”, observou.

O deputado do PCdoB ressaltou medidas para minimizar os impactos das manchas de óleo tomadas pelo Governo de Pernambuco. “Mas há aspectos de competência do Governo Federal, porque dependem do que será planejado para a região inteira”, pontuou. Também destacou medidas na Câmara Federal, como a apresentação de proposta que garante seguro temporário para pescadores artesanais de áreas atingidas, no valor de um salário mínimo, e o pedido formal de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a origem do derramamento.