
PROPOSTA – Parlamentar pediu que realocação da comunidade seja incluída no cronograma de investimento de R$ 200 milhões da Transnordestina Logística. Foto: Roberto Soares
O deputado João Paulo (PCdoB) relatou, nesta segunda (9), a reunião que teve mais cedo com o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, para discutir o possível despejo de cerca de 20 mil pessoas com a retomada das obras da Ferrovia TransNordestina. Em discurso na Reunião Plenária, ele pediu que a realocação da comunidade seja incluída no cronograma de investimento de R$ 200 milhões da Transnordestina Logística S.A (TLSA) que será apresentado na próxima semana.
De acordo com ele, a decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região para que as casas sejam demolidas afeta, em Pernambuco, moradores de oito municípios da Zona da Mata (Palmares, Maraial, Jaqueira, Catende, Joaquim Nabuco, Gameleira, Ribeirão e Escada). “Cerca de 20 mil pessoas vivem nesses locais, muitas delas há mais de 30 anos. A Justiça alega que nenhum imóvel pode ser erguido a menos de 15 metros dos trilhos, embora parte das famílias tenham chegado nessas áreas antes das obras da ferrovia”, emendou.
Além do apoio aos moradores no âmbito jurídico, ele disse que buscará o Ministério do Desenvolvimento para tratar da realocação dos moradores. João Paulo apontou, ainda, a possibilidade de realização de audiências públicas na Alepe e nas câmaras de vereadores dos municípios. “Sabemos da importância da Transnordestina, que trará grandes benefícios econômicos, mas sua construção não pode causar um impacto social dessa proporção”, disse.
O comunista também fez ressalvas à tentativa de retirar Pernambuco do traçado da Transnordestina, sob a justificativa de que a ligação até o Porto de Pecém, no Ceará, não teria necessidade de nenhuma desapropriação. “Essa opção traria prejuízo ao Porto de Suape e ao nosso Estado, pois a ferrovia torna mais econômico o escoamento da produção e o transporte das mercadorias que chegam ao porto”, afirmou.