Professores e estudantes do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco foram ameaçados por meio de uma carta anônima que circulou pela Cidade Universitária, no Recife, na última terça. O assunto foi trazido ao Plenário da Alepe pelo deputado Edilson Silva, do PSOL. Segundo o parlamentar, o documento fazia alusão ao presidente eleito Jair Bolsonaro.
O texto dizia que os 22 pesquisadores citados são “doutrinadores comunistas” e que, por isso, seriam banidos em 2019. O parlamentar disse que a situação é inadmissível e prestou solidariedade aos docentes e alunos citados na carta. “Não se sabe exatamente o que é que significa banir, mas levando-se em consideração o nível de violência, de agressividade que nós estamos vendo na sociedade brasileira, é muito importante que as autoridades do estado e a Universidade Federal, a partir da sua reitoria, tomem todas as providências no sentido de coibir, com o máximo de intolerância, esse tipo de postura.”
O conteúdo da carta anônima também foi repudiado pela deputada Laura Gomes, do PSB. Ela defendeu que o caso seja discutido pela comissão especial de enfrentamento à intolerância política, que está sendo criada na Alepe. A parlamentar também pediu a apuração rigorosa dos fatos. “Então, essa atitude desonesta e desumana, de acusar fora do processo legal pessoas honestas e trabalhadores, não pode ficar no limbo das discussões teóricas. A Casa Joaquim Nabuco precisa atentar para isso e mobilizar todo seu poder para restabelecer a ordem no sentido constitucional e de direitos humanos embutidos nessa nessa expressão.”
As eleições para a Câmara, Senado e governadores nos Estados Unidos, realizadas na última terça, motivaram discurso da deputada Simone Santana, do PSB. A parlamentar destacou a diversidade no perfil dos eleitos, que conta com mais de cem mulheres, sendo duas indígenas e duas muçulmanas. Ela também ressaltou a eleição de um governador declaradamente gay e comentou a atual situação eleitoral brasileira. “Após uma campanha presidencial conturbada, que trouxe à tona a intolerância e preconceitos de toda sorte contra mulheres, negros, homossexuais e índios, o resultado do pleito americano nos mostra que há saída. Assim como as mulheres norte-americanas se fortaleceram ao verem seus direitos serem ameaçados por uma onda conservadora, nós também podemos nos fortalecer.”
Os 50 anos de história do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco foram registrados pelo deputado Antônio Moraes, do PP. Ele ressaltou que é autor do projeto de lei que tramita na Alepe para instituir o Dia Estadual do Auditor de Controle Externo no estado de Pernambuco.