Aluísio Lessa repercute uso de fake news em campanha eleitoral para presidência

Em 22/10/2018 - 18:10
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OPINIÃO - Governista, que coordena frente parlamentar que estuda a disseminação de notícias falsas, criticou o TSE. Foto: Roberto Soares

OPINIÃO – Governista, que coordena frente parlamentar que estuda a disseminação de notícias falsas, criticou o TSE. Foto: Roberto Soares

O deputado Aluísio Lessa (PSB) foi à tribuna, durante a Reunião Plenária desta segunda (22), repercutir o uso massivo de fake news na campanha presidencial deste ano. O governista, que coordena uma frente parlamentar que estuda o tema na Casa, criticou a postura que vem sendo adotada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para enfrentar o avanço das notícias falsas e a influência da prática no resultado das eleições.

“Venho manifestar nossa preocupação com este momento crítico em que a Justiça Eleitoral brasileira está mergulhada”, afirmou o deputado, em referência à conduta do TSE diante das denúncias de financiamento empresarial para viabilizar a circulação de notícias falsas que beneficiariam o candidato Jair Bolsonaro (PSL). “A gente inicia a última semana antes do segundo turno das eleições nacionais com o Tribunal de mãos atadas”, acrescentou.

O parlamentar também criticou a reação da presidente do órgão, ministra Rosa Weber, ao vídeo em que o filho do candidato, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), afirma ser simples fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). “Os representantes de Bolsonaro falam essas coisas e, a partir do momento em que há uma reação negativa, refazem o discurso com a maior naturalidade. E o Brasil fica só olhando essa cena se repetir”, lamentou.

Como exemplo positivo de enfrentamento às fake news, Lessa citou a experiência promovida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) na disputa estadual. “Criou-se uma comissão de notáveis, com a presença de representantes da OAB, do Ministério Público, Polícia Civil e outros órgãos, para que forças estranhas impregnassem o mínimo possível a disputa. Na esfera federal, infelizmente, isso não ocorreu”, disse.

Em apartes, os deputados Romário Dias (PSD), Teresa Leitão (PT) e Isaltino Nascimento (PSB) comentaram o processo eleitoral brasileiro. “As assembleias estaduais e a Câmara Federal precisarão fazer reuniões e definir um tipo de comportamento para enfrentar a banalização das eleições no Brasil, como vem sendo feito em 2018”, defendeu Dias.

Já a petista cobrou um posicionamento mais firme da ministra Rosa Weber. “Na posição em que a jurista está, ela precisa ser tranquila e serena, mas deve ser firme na defesa das instituições. Infelizmente, ela não o fez”, opinou. “Acompanhava com expectativa as ações do TSE diante das denúncias de fake news apresentadas. Elas foram frustradas com a corroboração de toda uma lógica perpetrada”, disse Nascimento. “É uma campanha sórdida feita para destruir a nação”, complementou.