HOMENAGEM – Deputado Ricardo Costa (d), autor da iniciativa, ressaltou importância da AIP em defesa da liberdade de imprensa. Ele entregou placa comemorativa ao presidente da entidade, Múcio Aguiar. Foto: Heluizio Almeida
A Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP) nasceu do pioneirismo de um grupo de jornalistas que, em 1931, no começo da chamada “Era Vargas”, decidiu criar uma entidade para defender a liberdade de imprensa e os princípios democráticos. Na noite desta terça (9), a instituição, que era conhecida como Casa dos Jornalistas, recebeu homenagem da Assembleia Legislativa por seus 87 anos, completados em setembro. O autor da iniciativa foi o deputado Ricardo Costa (PP).
Desde sua fundação, sob a presidência de Salvador Nigro, a AIP passou a reunir intelectuais pernambucanos que discutiam o papel da imprensa e o futuro do jornalismo brasileiro. “Seus integrantes fizeram história escrevendo e testemunhando os principais acontecimentos do Estado”, disse Costa, que também coordenou a Reunião Solene.
Segundo o parlamentar, um dos grandes desafios da entidade foi a construção do Edifício AIP, inaugurado em 1961, no Centro do Recife. Na sede, Miguel Arraes proferiu, em 1963, seu primeiro discurso como governador eleito de Pernambuco. Na gestão do jornalista Carlos Garcia, aconteceu o Golpe Militar, em 1964. Diante do cerceamento à atuação dos profissionais de comunicação, o então presidente da AIP implantou o Fundo de Liberdade de Imprensa para ajudar financeiramente as famílias de presos políticos.
“Institucionalmente, não se tem como pensar a imprensa do nosso Estado sem citar a AIP” observou o deputado, ressaltando que, a partir dela, também surgiu o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco. “Da associação saíram profissionais que, com seu talento, dedicação e amor pela comunicação, contribuíram para enriquecer o exercício do jornalismo”, afirmou Costa, citando Aníbal Fernandes, Mário Melo, José do Patrocínio, entre outros. Nomes como o do escritor Nelson Rodrigues, do sociólogo Gilberto Freyre e da escritora Clarice Lispector também constam do quadro social da entidade.
Na gestão de Eduardo Campos, com a aprovação unânime da Alepe, a associação ganhou nova sede, na Avenida Conde da Boa Vista, região central do Recife. No espaço haverá um museu para preservar a memória da imprensa pernambucana.
Para o presidente da AIP, jornalista Múcio Aguiar, a Reunião Solene promovida pela Assembleia é de grande importância. “São poucas as entidades que podem ter o privilégio de receber uma homenagem como esta. A AIP é memória viva de Pernambuco, testemunhou a história, ajudou a escrever o que aconteceu no Estado desde 1931. Graças a ela, foi criado o primeiro curso de Jornalismo em Pernambuco”, relatou. Aguiar ainda lembrou a luta da associação contra o regime militar.
Comenda – Durante a cerimônia, a AIP homenageou 16 personalidades e entidades com o diploma do Mérito Aurora Pernambucana de Imprensa 2018. Entre elas, o deputado Ricardo Costa; o provedor do Real Hospital Português, Alberto Ferreira da Costa; a jornalista Patrícia Raposo, editora-chefe da Folha de Pernambuco; e a TV Universitária.
