Alepe evoca legado de Aníbal Fernandes na 12ª edição da Primavera dos Museus

Em 18/09/2018 - 15:09
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Foto de estudantes assistindo a palestra no Plenário do Museu Palácio Joaquim Nabuco.

PALESTRA – Encontro relembrou iniciativas de preservação histórica que contribuíram para a formação da identidade de Pernambuco. Foto: Jarbas Araújo

O Museu Palácio Joaquim Nabuco promoveu, nesta terça (18), uma manhã com palestras e exposição para celebrar a 12ª Primavera dos Museus, comemorada em todo o Brasil entre os dias 17 e 24 de setembro. Inserido no tema deste ano – “Celebrando a Educação em Museus” –, o encontro relembrou iniciativas de preservação histórica que contribuíram para a formação da identidade de Pernambuco.

No evento, evocou-se o legado do jornalista e deputado estadual Aníbal Fernandes (1894-1962), diretor do primeiro órgão pernambucano de preservação histórica, a Inspetoria Estadual dos Monumentos Nacionais. A entidade foi criada em 1928, época em que apenas a Bahia possuía uma instituição de preservação histórica do tipo. Naquele momento, também surgiu o Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), com o propósito de conservar objetos artísticos relativos à memória local.

HISTÓRIA - "Intelectuais como Aníbal Fernandes, Estácio Coimbra e Gilberto Freyre criticaram os empreendimentos que estariam ameaçando a identidade do Recife e se articularam para criar instituições de preservação”, contou o pesquisador da Fundaj Rodrigo Cantarelli. Foto: Jarbas Araújo

HISTÓRIA – “Intelectuais criticaram obras que estariam ameaçando a identidade do Recife e se articularam para criar instituições de preservação”, contou o pesquisador Rodrigo Cantarelli. Foto: Jarbas Araújo

“No início do século 20, o Bairro do Recife teve uma série de obras de modernização que destruíram vários imóveis históricos, como a Igreja do Corpo Santo, que era a mais antiga da cidade. Isso fez com que intelectuais como Aníbal Fernandes, Estácio Coimbra e Gilberto Freyre criticassem os empreendimentos, que estariam ameaçando a identidade recifense, e se articulassem para criar instituições de preservação”, relatou o pesquisador Rodrigo Cantarelli, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

Graças ao trabalho de Fernandes, Pernambuco se tornaria – junto com o Rio de Janeiro e a Bahia – um dos Estados que mais concentraram patrimônios nacionais tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), à época da fundação dessa entidade, em 1937.

“Uma das principais funções dos museus é assegurar a preservação da história de instituições, lugares e pessoas. Com a pluralidade de usos de espaços como o Palácio Joaquim Nabuco, guarda-se a memória do debate democrático, por exemplo”, reforçou a superintendente de Preservação do Patrimônio Histórico do Legislativo, Cynthia Barreto. Ela também informou que a restauração do prédio está prevista para 2019 e deve ser realizada com recursos do Banco Santander, captados via Lei Rouanet.

Durante o evento, houve apresentação do grupo de chorinho Chapéu de Três e exposição com documentos históricos da Alepe. Entre as peças exibidas, estão os registros dos atos legais que possibilitaram a construção da sede do Poder Legislativo estadual na Rua da Aurora e a decisão de batizar o edifício de Palácio Joaquim Nabuco, no ano de 1948. Além disso, o cineasta Bruno Cabus apresentou trabalho realizado no Museu de Cinema de Animação Lula Gonzaga (Muca), em Gravatá (Agreste), abordando as possibilidades do uso educacional de animações stop-motion em museus.