
PROPAGANDA – Psolista também criticou volume de gastos da gestão municipal com publicidade. Foto: Jarbas Araújo
A opção da Prefeitura do Recife (PCR) de construir dois Centros Comunitários da Paz (Compaz) na cidade foi questionada pelo deputado Edilson Silva (PSOL) no Grande Expediente desta terça (7). Para o parlamentar, os recursos utilizados na edificação das unidades poderiam ter sido melhor aplicados em intervenções mais modestas em um número maior de bairros da cidade. O psolista também criticou o volume de gastos da gestão municipal com publicidade.
“Foram empregados cerca de R$ 30 milhões nas obras. Com esse dinheiro, seria possível fazer investimentos menos onerosos em dezenas de bairros, e não só em dois”, comentou Silva sobre os centros localizados no Alto Santa Terezinha e no Cordeiro. Segundo o deputado, diversos serviços comunitários do município estão sucateados e poderiam ser revitalizados com essa verba, a exemplo de mercados e centros sociais.
“No Jordão Alto, a simples cobertura de uma quadra ao custo de R$ 86 mil permitiria diversas atividades com esporte e cultura na comunidade. Professores voluntários e grupos de maracatu, por exemplo, estão sem espaço para desenvolver trabalhos no bairro”, ressaltou.
Outro ponto condenado por Silva foi a despesa da gestão municipal com publicidade. “A Prefeitura gasta mais dinheiro em propaganda do que na própria construção dos Compaz. Em seis anos, foram R$ 172 milhões, sendo R$ 10 milhões só de junho para cá”, afirmou. “Para efeito de comparação, nos mesmos seis anos, a PCR só investiu R$ 21 milhões em habitação.”
Em aparte, a deputada Priscila Krause (DEM) observou que o custo com a construção dos dois centros seria ainda maior, chegando a quase R$ 45 milhões. Isso porque, de acordo com a democrata, o terreno do Compaz Ariano Suassuna – que, originalmente, seria doado à Prefeitura pelo Clube da Chesf – foi adquirido por R$ 14 milhões. “Fez-se um grande teatro para oferecer o que não se tinha em mãos, já que a Chesf era legalmente impedida de doar o lote. Mas ninguém prestou atenção nisso. Preferiram pagar a reconhecer o equívoco”, criticou.