Frente Parlamentar discute falhas na distribuição de próteses e órteses para pessoas com deficiência

Em 26/06/2018 - 15:06
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SOLUÇÕES – Entre as propostas encaminhadas durante a reunião está a formação de uma comissão para discutir a estratégia de entrega desses materiais. Foto: Roberto Soares

A demora na entrega de próteses, órteses e meios auxiliares de locomoção e a falta de interiorização desse serviço foram alguns problemas discutidos, nesta terça (26), pela Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência. Entre as propostas encaminhadas durante a reunião estão a rearticulação das redes de saúde municipais junto ao Estado e a formação de uma comissão para discutir a estratégia de distribuição desses materiais.

As órteses, como colares cervicais e aparelhos auditivos, são usadas para alinhar ou regular partes do corpo. Próteses (por exemplo, ocular ou mamária) substituem membros e articulações. Já os meios auxiliares de locomoção incluem cadeira de rodas, andador, entre outros. Presidente da Aliança de Mães e Famílias Raras (Amar), Pollyana Dias  citou que, no caso das crianças, a demora entre a medição e a entrega desses materiais faz com que, devido ao crescimento delas, os itens cheguem no limite para o uso.

A representante da sociedade civil expôs, ainda, que as principais queixas partem de mães do Interior do Estado, que precisam se deslocar até o Recife para buscar os itens para os filhos. “Os municípios tinham que ter um papel mais central na distribuição das órteses e próteses. O recurso deles é limitado e acaba ficando muita coisa para o Estado, mas é preciso rever essa política”, acrescentou.

Representando a Associação Pernambucana de Cegos (Apec) e o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coned), José Diniz salientou a demora gerada pelos procedimentos e protocolos para obtenção de muletas ou bengalas. Ele questionou também a qualidade do material usado.

Gestor da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) do Recife, Marcos Rodrigues frisou que a entidade entrega em torno de 300 cadeiras de rodas, 450 órteses e 80 próteses por mês. Ele frisou que uma proposta de realização de projeto de ortopedia itinerante nas principais Gerências Regionais de Saúde no Interior não avançou por falta de adesão das Prefeituras.

Para a coordenadora da Frente Parlamentar, deputada Laura Gomes (PSB), é preciso sensibilizar os prefeitos, por meio da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). “A reunião foi resultado de depoimentos recorrentes sobre esse tema. A dificuldade não é de agora e precisa ser pautada sempre, para que a gente consiga avançar”, avaliou.

Na reunião, a coordenadora do Programa de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Secretaria Estadual de Saúde, Arabela Morais, elencou as unidades doadoras de órteses e próteses no Estado. Também abordou o trabalho para articular, com o Ministério da Saúde, a construção dos Centros de Especialidades em Reabilitação (CER) em Pernambuco. “São ações pontuais. Os recursos de grande porte [do Governo Federal] não têm aparecido. Alguns centros especializados não estão entregando órteses e próteses por falta de recursos”, ressalvou.