Comissão de Meio Ambiente visita aterro sanitário em Igarassu

Em 04/04/2018
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A visita técnica ao Centro de Tratamento de Resíduos Pernambuco, CTR-PE, em Igarassu, na Região Metropolitana, faz parte da iniciativa da Comissão de Meio Ambiente para desenvolver uma política de destinação dos resíduos sólidos no estado. O colegiado foi conhecer as técnicas utilizadas no local para processar as 1500 toneladas de lixo recebidas diariamente. O diretor comercial do CTR Pernambuco, Luciano Burgos, explicou o funcionamento do Centro: “Um dos tratamentos disponibilizados é o aterro sanitário industrial, o aterro sanitário para resíduos sólidos urbanos, além de um processador de madeira, para gerar matriz energética. E além, também, de um britador, para resíduos da construção civil, produzindo brita e areia reciclada.”

O Centro de Tratamento foi criado em abril de 2008, e foi pioneiro no Nordeste no processamento de resíduos perigosos. Os chamados “Classe 01” são compostos por materiais inflamáveis, corrosivos, reativos ou tóxicos, como pilhas, baterias, elementos contaminados por óleo ou tinta, entre outros.

Até o fim deste ano, a empresa pretende iniciar atividades de geração de energia por meio da queima de biogás e produção de combustível derivado de resíduos. O serviço de aterro sanitário foi contratado por oito municípios da Região Metropolitana: Abreu e Lima, Araçoiaba, Goiana, Igarassu, Itamaracá, Olinda e Paulista, além de Condado, na Mata Norte. Luciano Burgos relata os planos de expansão para atender outras cidades pernambucanas: “A gente consegue concentrar vários municípios – que ficam até 100 km -, a gente consegue concentrar numa unidade, uma estação de transferência, que a gente chama de transbordo. E daí, a gente consegue uma redução no custo de transporte até a nossa unidade. Então, é uma solução muito economicamente viável e também ambientalmente correta.”

O presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Zé Maurício, do PP, enxerga na instalação dos pontos de transbordo uma possibilidade para as cidades pernambucanas se adequarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos. “É mais viável até do que cada município criar seu aterro, porque, para se ter uma ideia, o licenciamento leva seis anos. A gente precisa, primeiramente, otimizar para acabar com os lixões nos municípios, porque hoje, mais de 60% do estado joga lixo de maneira incorreta.”

A gerente de Captação de Recursos da Secretaria das Cidades de Pernambuco, Ana Gama, defende a criação de um consórcio municipal metropolitano para negociar os custos da destinação dos resíduos sólidos. “Porque ele iria trabalhar em escala, falando em nome de vários municípios, e aí faria com que o município, agregado ao consórcio, pudesse contratar o privado sem ser individualmente. E outra coisa é que esses municípios também pudessem fazer a coleta seletiva, indo ao aterro só o que fosse rejeito.”

A Comissão de Meio Ambiente da Alepe vai seguir as visitas a aterros sanitários e lixões até junho, quando deve apresentar um relatório dos trabalhos realizados.