
SOLENIDADE – Cerimônia, marcada por homenagens aos mártires do acontecimento histórico, desfile cívico-militar e entrega de medalhas condecorativas, reuniu autoridades do Estado na frente do Palácio do Campo das Princesas. Foto: Sabrina Nóbrega
A passagem da Data Magna do Estado – dia que rememora a eclosão da Revolução Pernambucana de 1817 – foi celebrada em solenidade no Palácio do Campo das Princesas, Centro do Recife, na manhã desta terça (6). A cerimônia, marcada por homenagens aos mártires do evento histórico, desfile cívico-militar e entrega de medalhas condecorativas, reuniu autoridades do Estado e decretou o encerramento da série de atividades organizadas, durante os últimos 12 meses, para exaltar o bicentenário do movimento revolucionário.
Presente à solenidade, o presidente da Assembleia, deputado Guilherme Uchoa (PDT), destacou a relevância do acontecimento que tornou a então Capitania de Pernambuco uma república independente do poder da Coroa Portuguesa por pouco mais de 70 dias. “Outros Estados do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, já reservam dias para reverenciar os heróis de suas revoluções e suas respectivas datas magnas. Hoje, Pernambuco comemora a eclosão de seu maior movimento revolucionário no feriado aprovado pela Alepe no último ano”, explicou.
Por sua vez, o governador Paulo Câmara ressaltou que o movimento deixou como legado os valores de liberdade e de justiça social para o povo pernambucano. “Os ideais da revolução estão muito atuais. Ela representa a liberdade, a justiça e a luta de muitos pernambucanos por um Brasil melhor. As comemorações do bicentenário passam, mas esses ideais ficam na memória dos nossos cidadãos e serão, com certeza, repassados para as próximas gerações”, avaliou.
Assim como Uchoa e o governador, participaram da cerimônia o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Adalberto de Oliveira Melo; os prefeitos do Recife e de Olinda, Geraldo Julio e Professor Lupércio, respectivamente; o arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido; os deputados Tony Gel (MDB), Terezinha Nunes (PSDB) e Isaltino Nascimento (PSB), entre outras autoridades. Os dois últimos parlamentares são os autores da lei – aprovada pela Assembleia em 2017 – que tornou a Data Magna feriado estadual.

HONRA – Militares e integrantes da Maçonaria depositaram flores no monumento aos Heróis da Revolução Pernambucana de 1817, na Praça da República. Foto: Sabrina Nóbrega
Em nome da Comissão Organizadora das atividades do bicentenário, o representante do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), George Félix, pontuou que as atividades promovidas no Estado em razão dos 200 anos do movimento “serviram para relembrar a história dos mártires que continuam vivos em nossas memórias”. As instituições que atuaram nesse colegiado foram agraciadas com placas comemorativas.
Por fim, representantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Maçonaria prestaram homenagens aos revolucionários, depositando flores no monumento aos Heróis da Revolução Pernambucana de 1817, escultura de Abelardo da Hora localizada na Praça da República.
História – As datas magnas estaduais foram instituídas pela Lei Federal nº 9.093/1995 e são reservadas a celebrar grandes acontecimentos históricos de cada unidade federativa do Brasil. Em Pernambuco, a escolha recaiu sobre o dia em que o capitão José de Barros Lima, conhecido como “Leão Coroado”, matou o comandante português que lhe havia dado voz de prisão e tomou com seus aliados o quartel do Regimento de Artilharia, no bairro de Santo Antônio – episódio que foi o estopim da Revolução de 1817.
Desde 2007, o dia 6 de março é reconhecido como Data Magna de Pernambuco, graças a uma proposição legislativa da deputada Terezinha Nunes. Tornou-se feriado civil apenas no último ano, quando a Alepe aprovou projeto de lei sugerido em conjunto pela parlamentar e pelo deputado Isaltino Nascimento. A celebração consta na norma que consolida as datas comemorativas estaduais ( Lei Estadual nº 16.241/2017).
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