
IDEAIS – Parlamentar considera que anseios dos revolucionários ainda precisam ser efetivados em Pernambuco e no Brasil. Foto: Roberto Soares
Em discurso na Reunião Plenária desta segunda (5), a deputada Terezinha Nunes (PSDB) realçou os ideais que motivaram a Revolução Pernambucana de 1817, que amanhã completa 201 anos. Autora das leis que instituem a Data Magna do Estado e o feriado civil no dia 6 de março (esta última junto com Isaltino Nascimento , do PSB), a parlamentar considerou que os anseios dos revolucionários ainda precisam ser efetivados em Pernambuco e no Brasil.
Ao fazer um relato dos fatos ocorridos nos 74 dias da primeira experiência republicana brasileira, Terezinha sustentou que, de modo diferente da Inconfidência Mineira (1789), a Revolução Pernambucana experimentou uma “euforia popular”. A deputada destacou, ainda, que o movimento elaborou um projeto de Constituição e teve até um embaixador designado nos Estados Unidos.
A parlamentar observou que a mobilização foi “democrática, republicana, independentista e abolicionista”. “Cerca de 400 pessoas de todas as cores e idades destituíram o governador português e declararam a independência de Pernambuco e, consequentemente, a independência nacional. O movimento logo foi abraçado pelos regimentos militares e se espalhou rapidamente pelo País”, narrou.
No histórico, a deputada lembrou que a revolução foi duramente combatida pela Coroa portuguesa, que chegou a enviar quatro mil soldados a Pernambuco, e teve seus principais líderes assassinados com requintes de crueldade. Além disso, levou a então capitania a perder parte de seu território como punição. “A Revolução de 1817 tornou irreversível a luta pela independência do Brasil. O País deve a Pernambuco o reconhecimento pelos ideais gestados aqui, que até hoje buscamos alcançar”, expressou.
Terezinha Nunes considerou que a Assembleia Legislativa “corrigiu um erro histórico” ao aprovar, em 2007, a criação da Data Magna e, no final de 2017, transformá-la em feriado civil. Em aparte, Isaltino Nascimento lembrou que, há 101 anos, Pernambuco incorporou o hino e a bandeira da revolução, que são exaltados pela população do Estado.
“Daqui a cem anos, será lembrado que, no bicentenário da Revolução de 1817, esta Casa incorporou a Data Magna como feriado civil. Espero que as escolas possam cumprir o que a lei determina, realizando discussões sobre esses fatos”, disse o líder do Governo, que convidou os parlamentares para a solenidade no Palácio do Campo das Princesas amanhã, quando a data será celebrada. Já o deputado Tony Gel (MDB) ressaltou a importância de que a data seja sempre reconhecida e reverenciada pelos pernambucanos.
Celebração – Instituída pela Lei Estadual nº 13.386/2007 e transformada em feriado civil no último ano, a Data Magna de Pernambuco será celebrada nesta terça (6), em solenidade agendada para as 7h30 no Palácio do Campo das Princesas. Presidente da Assembleia, o deputado Guilherme Uchoa (PDT) participará da cerimônia, que contará com homenagens aos mártires do movimento revolucionário, desfile cívico-militar e entrega de medalhas condecorativas.
O evento marcará, ainda, o encerramento das atividades promovidas nos últimos 12 meses em homenagem ao bicentenário da Revolução Pernambucana. Segundo o Governo do Estado, a solenidade começará com hasteamento das bandeiras, seguida pelo desfile cívico-militar, entrega de medalhas e cerimônia no Monumento aos Heróis da Revolução – escultura de Abelardo da Hora localizada na Praça da República.
A Data Magna do Estado refere-se ao dia da eclosão da Revolução Pernambucana de 1817, quando o capitão José de Barros Lima, conhecido como “Leão Coroado”, matou o comandante português que lhe havia dado voz de prisão e tomou com seus aliados o quartel do Regimento de Artilharia, no bairro de Santo Antônio.