
LAURA GOMES – “Podemos suspeitar de ação eleitoreira para melhorar imagem de um presidente reprovado pela maioria”. Foto: Jarbas Araújo
A intervenção federal decretada na área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro sofreu críticas durante a Reunião Plenária dessa terça (20). Laura Gomes (PSB) disse que, porque não existe um fato novo que justifique a medida, “podemos suspeitar de uma ação eleitoreira para melhorar a imagem de um presidente reprovado pela maioria dos brasileiros”. Joel da Harpa (PODE) considerou a iniciativa “um paliativo, que não dará solução ao problema da segurança pública no Rio ou no País”.
Na opinião da socialista, que foi mais incisiva contra a intervenção, é preciso esclarecer “um leque de dúvidas” aberto a partir do decreto. “As forças federais estavam no Rio de Janeiro desde o ano passado sem que se visse mudança significativa da situação. Essa ação midiática quer tirar o olhar da população do fracasso da reforma da Previdência”, analisou.
A parlamentar disse que torce por resultados positivos e espera que o Governo Federal “imite Pernambuco” nas políticas para o enfrentamento à violência. “Aqui o governador Paulo Câmara fez o maior investimento da história em segurança pública, sem precisar ir a Brasília entregar o comando da área para o Governo Federal”, afirmou. “É por isso que eu sublinho a importância de se ter um gestor com compromisso, sério, que coloca as dificuldades para a população de forma muito humilde e entrega resultados.”

JOEL DA HARPA – “O Governo Federal deveria estar preocupado em apresentar uma proposta para todo o País”. Foto: Jarbas Araújo
Joel da Harpa, por sua vez, disse enxergar com bons olhos a influência do Executivo Federal para gerir e, sobretudo, para financiar as ações de combate à prática de crimes nos Estados, mas acha que é preciso uma ação mais ampla. “Se olharmos para os números, em Pernambuco também teríamos que ter uma intervenção, por conta da crescente criminalidade”, frisou.
“O posicionamento de colocar o Exército no Rio de Janeiro não será a solução”, argumentou. “O Governo Federal deveria estar preocupado em apresentar uma proposta para todo o País, criar meios para a valorização do policial, e não apenas em produzir um momento midiático”, considerou o deputado, que também defendeu a redução da maioridade penal. “É preciso uma mudança urgente, é preciso endurecer as leis.”