Comissão especial: colegiado analisa orientação de estágios a alunos do Ensino Médio

Em 30/10/2017 - 15:10
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Reunião Ordinária da Comissão Especial para avaliar a situação dos estágios curriculares e extracurriculares de estudantes de Ensino Superior

REUNIÃO – Deputada Teresa Leitão, que preside grupo, manifestou preocupação com a busca do estágio por objetivos financeiros, em detrimento do caráter formativo. Foto: Lourival Maia

A oferta e o acompanhamento dos estágios realizados por estudantes de Ensino Médio foi o tema do debate desta segunda (30) na Comissão Especial da Assembleia Legislativa que, desde agosto, tem avaliado a situação dos estágios curriculares e extracurriculares em Pernambuco.

Gestora de Escolas de Jornada Integral da Secretaria Estadual de Educação (SES), Alessandra Xavier dissertou sobre o impacto da crise econômica nacional no cotidiano dos alunos. “Muitos viram-se obrigados a buscar alternativas financeiras para suprir o desemprego dos pais, por exemplo. A situação gera uma carga pesada para o aluno, que vê no estágio essa oportunidade.”

Diante do novo cenário, a SES, de acordo com Alessandra, apostou numa nova modalidade de ensino, com o intuito de dar aos estudantes a oportunidade de conciliar a escola e o estágio. “Desde 2017, estamos trabalhando também com a Escola Semi-Integral de dois turnos, já implantada em quatro cidades”, contou.

O primeiro turno vai das 7h às 14h, enquanto o segundo contempla das 14h30  às 20h30, totalizando 35 horas semanais. O aluno pode optar por um dos horários, com direito a três refeições, e realizar estágio no contraturno. “Eles fazem estágio ajudando na área administrativa da escola”, explicou a gestora. Igarassu, Olinda e Paulista, na Região Metropolitana do Recife, e Paudalho, na Mata Norte, já têm escolas com o modelo.

Ponderando a necessidade de aprofundar a discussão, a deputada Teresa Leitão (PT), que preside o colegiado, manifestou preocupação com a busca do estágio por objetivos financeiros, em detrimento do caráter formativo, e com o fato de a oferta ser apenas para atuação na secretaria das escolas. Do Centro de Integração Empresa Escola de Pernambuco (CIEE), Bruna Ribeiro acrescentou que tem direcionado estudantes de Ensino Médio também para empresas privadas e órgãos públicos, quando há vagas.

Outro ponto discutido foi o oferecimento de estágios para a formação de professores da Educação Infantil. “Muitos alunos que estão estagiando hoje em sala de aula não são estudantes nem do Magistério nem do Normal Médio. Estão ali apenas pela bolsa e não contam com nenhum acompanhamento profissional”, chamou atenção Cleidimar Barbosa, integrante da direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) e do Conselho Estadual de Educação.

Nesse sentido, Teresa Leitão lamentou a “extinção gradativa dos cursos de Magistério e Normal Médio”. “A situação deve piorar, acarretando mais perda de espaço com a Reforma do Ensino Médio”, analisou.

Também participaram da reunião Maria Luíza Maranhão, do Instituto Superior de Educação da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho); Ana Patrícia de Oliveira, do CIEE; Ana Mendonça, do Instituto Euvaldo Lodi (IEL); Socorro Valois, coordenadora-geral dos cursos de Licenciatura da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); e Rosaline Paixão, da Coordenação Geral de Estágios da UFRPE.

O próximo encontro, em novembro, será focado em colher informações de estágios de nível superior realizados por estudantes de Direito, Medicina e demais graduações na área de saúde.