Rodrigo Novaes alerta para atrasos no repasse de verbas a perímetros irrigados do São Francisco

Em 09/10/2017 - 19:10
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PROTESTO - “A Codevasf não pagou à Celpe e a empresa cortou a energia do Projeto Fulgêncio, em Santa Maria da Boa Vista.” Foto: Roberto Soares

PROTESTO – “A Codevasf não pagou à Celpe e a empresa cortou a energia do Projeto Fulgêncio, em Santa Maria da Boa Vista.” Foto: Roberto Soares

O deputado Rodrigo Novaes (PSD) destacou, em pronunciamento na Reunião Plenária desta segunda (9), a mobilização dos agricultores do Projeto Fulgêncio, em Santa Maria da Boa Vista (PE), no Sertão do São Francisco. Segundo o parlamentar, no sábado (7), eles entraram, por conta própria, na subestação da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), em Orocó, para religar a energia, já que o serviço havia sido cortado por falta de pagamento da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). No domingo (8), os protestos continuaram com a ocupação do espaço pelos manifestantes.

“Estamos preocupados com projetos públicos de irrigação à margem do Rio São Francisco. A Codevasf não pagou o que deve, cerca de R$ 6 milhões, e a Celpe chegou ao limite e resolveu cortar a energia, o que significa retirar a água e tirar a dignidade e a condição de trabalho de milhares de famílias”, afirmou Novaes. “Vamos chamar a bancada federal e os ministros pernambucanos para que possam pressionar a Codevasf e o Ministério da Integração Nacional para fazer o pagamento desse débito”, anunciou.

O deputado também repercutiu reportagem veiculada no último domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo, sobre os efeitos da seca no Vale do São Francisco. O noticiário destacou o nível da barragem de Sobradinho, na Bahia  atualmente em menos de 5% do volume normal , e a crise dos perímetros irrigados. “Como se não bastassem todos os desafios que o Sertão enfrenta, o que dá certo fica prejudicado pelo Governo Federal”, avaliou. O parlamentar alertou para a possibilidade de a situação verificada no projeto Fulgêncio vir a ocorrer também no projeto Brígida, em Orocó.

Ainda sobre Orocó, Novaes chamou atenção para a necessidade de o Banco do Brasil reabrir a agência do município. O deputado anunciou que vai propor uma nova audiência pública com as comissões de Justiça e de Desenvolvimento Econômico para tratar da paralisação de serviços bancários em cidades onde unidades foram assaltadas.

O posicionamento foi endossado por outros deputados. Para Henrique Queiroz (PR), o problema atinge todas as regiões do Estado, e, entre outras dificuldades, obriga os idosos a correrem riscos ao se deslocar para receber a aposentadoria fora de suas cidades. Terezinha Nunes (PSDB) sustentou que o Banco do Brasil, por ser público, precisa ter mais compromisso com a população.

Jadeval de Lima (PDT) relatou uma audiência realizada, na última semana, entre vereadores de Escada (Mata Sul) e a superintendência do banco para tratar do assunto. Já Edilson Silva (PSOL) se solidarizou com o sofrimento do povo nordestino com os descasos praticados pelos governos “ilegítimo e golpista” do presidente Michel Temer e “distante e sem liderança” do governador Paulo Câmara.