Frente parlamentar discute atendimento para pessoa com deficiência no Interior

Em 19/09/2017 - 16:09
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PROPOSTAS – Representantes do Governo do Estado, das prefeituras e de associações que atuam com o segmento foram recebidos pelo colegiado. Foto: Roberto Soares

A oferta de atendimento especializado para as pessoas com deficiência no Interior de Pernambuco foi tema das discussões da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência nesta terça (19). Representantes do Governo do Estado, das prefeituras e de associações que atuam com o segmento foram recebidos pelos integrantes do colegiado, que ouviram as dados e propostas para proporcionar o acolhimento fora da Região Metropolitana do Recife.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), há seis centros de reabilitação estaduais e três municipais em funcionamento, quando seriam necessários 19. O surto de Síndrome Congênita do Vírus da Zika, nos últimos anos, obrigou a adaptação da rede de assistência, que passou a incluir as nove Unidades de Pronto Atendimento de Especialidades (UPAEs) e alguns serviços municipais, como explicou a diretora de Política Estratégica da SES, Flávia Magno. “A gente teve que fazer uma adaptação, mesmo sem habilitação com recurso do Ministério da Saúde”, explicou.

Para Germana Soares, integrante da União de Mães de Anjos (UMA), associação que presta auxílio às famílias das crianças com a Síndrome Congênita do Vírus da Zika, é preciso melhorar o acolhimento no Interior. “A situação é caótica. Por mais que existam esforços em nível estadual, existe uma lacuna grande quando se trata da omissão dos municípios, que poderiam prestar um serviço de maior qualidade a essas famílias”, acredita.

De acordo com o presidente do Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde de Pernambuco, Orlando Jorge, os municípios têm dificuldade de atender as pessoas com deficiência pela falta de recursos.  “Alguns serviços são ofertados por iniciativa dos gestores municipais, muitas vezes sem o co-financiamento das demais esferas de governo”, explica. “As prefeituras têm desenvolvido ações para reabilitar seus munícipes com serviços de baixa complexidade.”

As viagens em busca de atendimento na Capital podem ser longas e precárias. Para evitar  os deslocamentos, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) articula com prefeituras a criação de oficinas ortopédicas nos municípios. “A proposta de parceria prevê que a gente monte uma estrutura de oficina ortopédica no município. Com isso, conseguimos atender aos pacientes e ele não precisa se deslocar por uma distância tão longa”, afirma o gestor da entidade no Recife, Marcos Rodrigues.

A coordenadora da Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência, deputada Terezinha Nunes (PSDB) reconheceu as dificuldades, mas destacou iniciativas como o apoio dos conselhos profissionais da área de saúde com a SES. “O Conselho de Fisioterapia do Estado (Crefito) já firmou parceria e vai fazer, em todo o Estado, a capacitação para atendimento às pessoas com deficiência”, anunciou.

Também participaram da reunião a deputada Roberta Arraes (PSB) e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), Ministério Público de Pernambuco, Poder Judiciário e sociedade civil.