Ney Maranhão é velado na Assembleia

Em 11/04/2016 - 19:04
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DESPEDIDA – Amigos, políticos e populares compareceram para o último adeus ao ex-senador. Foto: Giovanni Costa

Familiares e personalidades da vida política nacional estiveram, nesta segunda (11), no Plenário do Museu Palácio Joaquim Nabuco, sede da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), para se despedir do ex-senador Ney Maranhão, que faleceu na manhã de hoje, no Recife, em decorrência de um câncer no fígado. O velório do político pernambucano, que tinha 88 anos, será realizado até 20h e prossegue na manhã desta terça, de 8h às 10h. Depois o corpo segue para a cerimônia de cremação, marcada para as 12h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista.

Para o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Guilherme Uchoa (PDT), o Estado perdeu um político leal e de posições claras. “Era uma pessoa autêntica, com grande capacidade relacional. Terminou sua vida aos 88 anos ainda com disposição de trabalho, tendo sido fiel às suas convicções e sem nunca ter mudado de lado”, disse o pedetista.

A mesma visão foi partilhada pelo ex-governador Joaquim Francisco, que ressaltou a trajetória de Maranhão dedicada ao Estado, e, ao mesmo tempo, guiada por uma visão de mundo. Para o primogênito do político, Ney Maranhão Filho, o pai trazia em si as duas maiores virtudes do povo pernambucano: resistência e gratidão. “Foi um homem que praticamente viveu para a política, e dedicou, inclusive, todo seu patrimônio pessoal ao município de Moreno”, expressou.

Antes do velório, na Reunião Plenária, foi feito um minuto de silêncio em homenagem ao ex-senador. Na tribuna, o deputado Tony Gel (PMDB) destacou a atuação de Maranhão, em especial, como um dos pioneiros na defesa do estreitamento das relações diplomáticas entre o Brasil e a China, lembrando de uma viagem ocorrida pouco após a abertura econômica daquele País, numa comitiva integrada por parlamentares do Congresso Nacional. “Ele buscou melhorias para Pernambuco, independente de questões ideológicas. Deixará muitas saudades e ficará em nossas lembranças e nossas preces”,  frisou Tony Gel.

Biografia – Nascido em Águas Belas, no Agreste, Ney Maranhão foi prefeito do município de Moreno, no Grande Recife, e deputado federal, por quatro legislaturas, pelo PTB. Durante a ditadura, teve o mandato cassado a partir do Ato Institucional 5 (AI-5), de 1968.

Após a redemocratização, foi senador entre os anos de 1988 e 1995, destacando-se como membro da “tropa de choque” do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Ele foi um dos três senadores que votaram contra a perda dos direitos políticos do ex-presidente, de quem foi assessor especial mais recentemente.

O pernambucano ficou conhecido como “senador boiadeiro” pelo visual característico que adotava, sempre com um terno de linho branco e sandálias de couro. Maranhão também foi presidente da Câmara de Comércio Brasil/China. O pernambucano deixa a mulher Lúcia Maranhão, três filhos, quatro netos e três bisnetos.