
CALENDÁRIO – Entre temas a serem discutidos pelo colegiado, está situação de vítimas de enchente ainda no ano 2000. Foto: João Bita
A situação de 122 famílias que, há 16 anos, perderam suas casas na enchente que atingiu o bairro Jardim Monte Verde, no Recife; as inconsistências nos dados administrativos do Hospital Barão de Lucena; e a baixa remuneração dos aspirantes a oficiais da Polícia Militar de Pernambuco serão pontos que a Comissão de Cidadania buscará esclarecer junto às autoridades responsáveis, nos próximos dias. A pauta foi definida em reunião promovida pelo colegiado na manhã desta terça (1°), quando também foram aprovados dois substitutivos e um projeto de lei.
Representando o Grupo por Moradias de Jardim Monte Verde, Ezanilza Maria da Silva relatou que as famílias desabrigadas no ano de 2000 não entendem o porquê da demora na solução do caso. “É uma luta antiga e, durante todos esses anos, poucas vezes conseguimos ser recebidos por autoridades da Secretaria de Habitação do Recife. Peço que os parlamentares nos ajudem a pôr fim a essa espera”, solicitou. Segundo ela, famílias de outras localidades, que foram desabrigadas há menos tempo, já conseguiram ser beneficiadas por programas habitacionais.
“O Governo Federal, através do Minha Casa Minha Vida, já entregou milhares de moradias para municípios menores do que a capital, como, por exemplo, Petrolina. Não entendo por que Recife praticamente não construiu moradia alguma pelo programa”, pontuou o deputado Odacy Amorim (PT). “Quero acreditar que seja coincidência que prefeituras aliadas à gestão federal estejam sendo privilegiadas na canalização desses investimentos”, afirmou o vice-líder do Governo na Alepe, deputado Lucas Ramos (PSB).
O presidente do grupo parlamentar, deputado Edilson Silva (PSOL), acredita que “esse não é apenas um problema de natureza técnica, mas de caráter político, de falta de prioridade”. O psolista defendeu a convocação do secretário municipal de Habitação para a próxima reunião do colegiado. “Nós temos a prerrogativa de convocar autoridades para prestar esclarecimentos à Assembleia e devemos fazer isso.”
Entretanto, após apelo do deputado Pastor Cleiton Collins (PP), a comissão definiu que, antes da convocação, tentará esclarecer a questão em diálogo com o titular da pasta. A visita, que será acompanhada por representantes do grupo de moradores, foi agendada para a próxima terça (8).
Encaminhamento semelhante foi definido para a questão que envolve o Hospital Barão de Lucena. A convocação de representantes da administração da unidade hospitalar, defendida por Edilson, será, a pedido do deputado Lucas Ramos, precedida de um convite a essas autoridades. “O Conselho de Unidade de Saúde nos denunciou, em novembro do ano passado, disparidades entre o pagamento de procedimentos médicos e o número de atendimentos efetivamente realizados. Precisamos esclarecer esses dados”, justificou o psolista.
Por fim, os membros do colegiado acordaram que um pedido de informações será encaminhado ao Comando da PM, com o objetivo de esclarecer a forma como são remunerados os aspirantes a oficiais em curso de formação no Estado. Segundo Edilson Silva, esses profissionais, que têm como exigência a formação em Direito, estão recebendo uma bolsa de R$ 900, da qual são descontados valores relativos à alimentação, uniforme e despesas com a festa de formatura. O tema voltou a ser discutido pelo parlamentar à tarde, durante a Reunião Plenária. “Muitos desses aspirantes estão falando em deixar o serviço, o que será um prejuízo para a sociedade”, pontuou.