Queiroz e Lapa criticam posição do governador O deputado José Queiroz (PDT) fez ontem um protesto contra o comportamento do Governo do Estado diante da greve da PM. Segundo ele, o governador Jarbas Vasconcelos “mostra uma nova face quando diz que vai receber à bala os policiais no Palácio”. “Conheci Jarbas em 1976, ao lado de Ulysses Guimarães, enfrentando a repressão. Então, me acostumei a ouvi-lo em favor da democracia.
Não entendo, portanto, essa posição de chamar os grevistas de marginais”, afirmou.
De acordo com o parlamentar, durante a CPI do Narcotráfico e da Pistolagem ficou patente a dificuldade em cobrar uma ação mais efetiva de policiais que ganham pouco e acabam se tornando facilmente cooptáveis. “Muito mais ilegalidade do que a greve é a fome que a polícia passa”, assinalou.
Queiroz também criticou o governo pelo uso dos meios de comunicação para justificar-se diante da sociedade. “Em nome da preservação da ordem, estão fazendo abuso de poder”, acusou, apelando para que o governador retome o diálogo com os grevistas. “Os PMs precisam receber respeito humano por parte do Governo”, arrematou.
Avaliação – Ao fazer uma avaliação da greve, Carlos Lapa (PSB) também criticou o comportamento do governador, “por não ter evitado o movimento”. “O clima é de perplexidade, com a PM agredindo a própria PM, e o governador, lamentavelmente, tem instigado os policiais e a população”, afirmou. Lapa também criticou as declarações de Jarbas e do secretário Iran Pereira, comparando os grevistas com marginais e manequins.
“Afirmações gravíssimas, levianas e inconseqüentes como essas chegam a ser pior do que a própria greve”, analisou, para na seqüência questionar: “Será que a PM é composta mesmo por marginais?”. Lapa recordou que o governo provocou a PM ao colocar outdoors dizendo que os soldados recebiam R$ 900. “O governo tenta impor a Pernambuco uma onda de mentiras, que não podemos compactuar”, acrescentou, solidarizando-se com a causa dos PMs.
De acordo com o parlamentar, a greve é uma conseqüência da falência do modelo de segurança. “Um governo que se diz competente deveria ter se antecipado e evitado a greve, deveria ter humildade para conversar e negociar”, afirmou Lapa. Segundo ele, o governador está “sentado em cima do montante de recursos da venda da Celpe, mas pensa que obra estruturadora é só fazer estradas para beneficiar mais as empreeiteiras”. “Esse governo está viciado na pior embriaguez, que não é a embriaguez do álcool , da maconha ou da cocaína, mas é a embriaguez do poder”, completou.
Lapa também acusou Jarbas de “está usando o pagamento antecipado de parcela do 13º salário para fins eleitorais”. Para ele, os candidatos que recebem o apoio do governador vão perder as eleições no 2º turno em Olinda, Jaboatão e no Recife. “O povo vai dar a resposta à mentira e à enganação nas urnas”, concluiu. (Ana Lúcia Lins/Pedro Marins)