Parlamentares temem por crise na Argentina

Em 31/05/2000 - 00:05
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Parlamentares temem por crise na Argentina O que o Brasil tem a ver com os acontecimentos recentes na Argentina? Para os deputados José Queiroz (PDT), João Paulo (PT) e Jorge Gomes (PSB), tudo. Os parlamentares temem o chamado “efeito Orloff”, pelo qual tudo que acontece com aquele país atinge depois o Brasil. Eles apontam o modelo neoliberal como a origem de toda a crise argentina.

“Além da questão política que envolve essa crise, temos que nos preocupar com o lado econômico, pois são dois países de ponta na América do Sul. Não podemos esquecer as dificuldades que enfrentamos por conta da crise asiática”, alertou Queiroz. Para ele, o “pacote”argentino pode afetar os trabalhadores dos demais países.

José Queiroz teme que o aprofundamento dessa crise comprometa o Mercosul. Ele também demonstrou receio quanto aos possíveis efeitos da crise sobre o regime político vigente. “Nossa preocupação é com a democracia no continente, pois, além da Argentina, temos o caso do Peru”, apontou, preocupado. “O certo mesmo, é que isso tudo só vem comprovar os males provocados pelo neoliberalismo”, completou.

O deputado João Paulo foi mais além. Ele relacionou o problema dos médicos aqui em Pernambuco, onde cerca de 50 já pediram demissão, com o que está ocorrendo na Argentina. “Para muitos, isso pode não ter relação nenhuma, mas trata-se de um modelo, de um sistema – o capitalismo internacional – que é destinado para apenas 20% da população, aprofunda as desigualdades sociais e atinge todos os direitos conquistados pelos trabalhadores”, opinou.

Segundo o parlamentar, o Governo do Estado segue a “cartilha neoliberal de FHC, que é a mesma aplicada na Argentina”. “Daí, a relação entre os dois problemas”, assinalou.

O deputado Jorge Gomes disse que é preciso ficar alerta com os acontecimentos no país vizinho.

“Como democratas, estamos solidários com nossos colegas, pois já conhecemos um pouco da história da América do Sul e não queremos que fatos lamentáveis voltem a se repetir”, assinalou. (Marconi Glauco)