Governistas e oposição têm opiniões diferentes

Em 26/10/2000 - 00:10
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Governistas e oposição têm opiniões diferentes A crise desencadeada com a greve da PM provocou ontem posicionamentos enfáticos dos líderes governistas Tereza Duere (PFL) e João Negromonte (PMDB). Ambos defenderam o governador das acusações de “omissão e irresponsabilidade” diante da greve. Já para João Braga (sem partido), “faltou prudência do governo”.

“Não tem porque se fazer dessa tribuna um palanque para criticar um governo que está 24 horas em busca de uma solução para o impasse”, assegurou Duere. Para ela, o governador tem demonstrado “pulso firme”. Ela apelou para que, de forma suprapartidária, todos os deputados apoiem o governo.

Negromonte lembrou que o governo tomou todas as iniciativas visando a evitar a greve. “Se o governo ceder agora, teremos uma quebra de hierarquia na PM com repercussões de desmoralização”, alegou, afirmando que o governador tem agido com “autoridade, e não autoritarismo”. “Poucos governos teriam a capacidade de agir com tanta racionalidade, equilíbrio e coragem”, arrematou. Ele também criticou a postura de Sérgio Leite. “Criar essa comissão é uma irresponsabilidade e um desrespeito ao Poder Judiciário, que já decretou a ilegalidade da greve”.

Teresa Duere também questionou a legalidade da greve. “A Constituição determina que a PM não pode fazer greve. Então, todos precisam voltar aos quartéis para que seja reaberta a negociação”. Ela defendeu o secretariado estadual, acusado de estar ausente das negociações. “Eles estão em seus postos”.

Apartes – Antônio Mariano acusou Sérgio Leite de estar estimulando, em discursos, “a baderna e o caos”. “Tudo poderia estar sendo negociado, mas o PT quer jogar uns contra os outros”, afirmou. Duere contou também com o apoio de Roberto Liberato (PL) e Garibaldi Gurgel (PMDB). Já Geraldo Melo (PMDB) sugeriu que a PCR libere a Guarda Municipal para realizar a fiscalização do trânsito.

Exagero – João Braga considerou “exageradas” as críticas dos parlamentares ao líder do PT. “É injusto colocar Sérgio Leite como um irresponsável diante da greve da PM. Houve equívocos e excessos da PM, pela quebra da hierarquia, e do governo, que não se antecipou de forma prudente para evitar a greve”, afirmou.

Para Braga, o governo provocou os policiais quando exibiu em outdoors a mensagem “Greve da PM nunca mais”. “Esta posição serviu para desqualificar a greve, também pelo fato dos líderes de 97 estarem em cargos comissionados hoje”.

Braga advertiu para o momento de dificuldades. “O governo está sem sensibilidade, e os grevistas sem lideranças”. Para ele, a AL está dando uma “demonstração de grandeza” ao se colocar à disposição para intermediar a crise.

“Convoco todos a uma reflexão para este problema seja resolvido e não se repita, porque com ele perdem todos”, concluiu. (Ana Lúcia Lins/P M)