Jorge Gomes critica modelo neoliberal O deputado Jorge Gomes (PSB) assegurou ontem, na Assembléia Legislativa, que as propostas neoliberais não são inexoráveis e não constituem a única maneira de resolver os problemas de Pernambuco, pois bastou uma decisão do Governo Federal sobre inversões no Lafepe para que o Governo do Estado abandonasse a proposta de privatizar a instituição.
Jorge Gomes lembrou que a privatização do LAFEPE, assim como outros órgãos do Estado, era defendida pelo Secretário Maurício Romão e pelo Governador Jarbas Vasconcelos, que a exemplo de outros neoliberais adotam as propostas como única salvação, num tom em que acenam com a perspectiva de caos na hipótese de não aplicar a receita do modelo.
Jorge Gomes comentou que os neoliberais não toleram tal denominação, sendo exemplo dessa postura o Presidente Fernando Henrique, que reagiu diante da afirmação sobre sua condição de neoliberal, e o Secretário Maurício Romão, da Administração, que em artigo publicado recentemente afirmou que não é neoliberal, embora não tenha nada contra o neoliberalismo.
Diante de tais reações fica dificil para o povo perceber o conteúdo neoliberal das medidas adotadas, pela União e pelo Estado, visando o controle da inflação com desemprego, estagnação econômica, arrocho salarial, desmonte dos bens públicos, diminuição dos investimentos nas políticas sociais. Daí afirmou ser difícil defender essa equação perversa, sendo necessário ocultar os seus efeitos, com um discurso sobre as maravilhas do mercado.
Após abordar tais aspectos, Jorge Gomes ressaltou que o LAFEPE, que seria privatizado, agora vai ser mantido como estatal, contando com recursos do Governo Federal. A instituição, criada em 1963, no Governo Arraes, será preservada como alternativa para a produção de genéricos, que vem sendo boicotada pela indústria farmacêutica.
Jorge Gomes defendeu em seguida uma reação da sociedade contra o consenso neoliberal, de forma a resolver os problemas de assistência integral à saúde do povo brasileiro, que vem sendo vítima das diretrizes neoliberais do Governo, que sacrifica o desempenho do Sistema Único de Saúde, gera uma situação de universalidade excludente, que exige uma tomada de posição em defesa dos interesses do Estado e do nosso povo. (Nagib Jorge Neto)