Jorge Gomes critica modelo neoliberal

Em 09/05/2000 - 00:05
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Jorge Gomes critica modelo neoliberal O deputado Jorge Gomes (PSB) assegurou ontem, na Assembléia Legislativa, que as propostas neoliberais não são inexoráveis e não constituem a única maneira de resolver os problemas de Pernambuco, pois bastou uma decisão do Governo Federal sobre inversões no Lafepe para que o Governo do Estado abandonasse a proposta de privatizar a instituição.

Jorge Gomes lembrou que a privatização do LAFEPE, assim como outros órgãos do Estado, era defendida pelo Secretário Maurício Romão e pelo Governador Jarbas Vasconcelos, que a exemplo de outros neoliberais adotam as propostas como única salvação, num tom em que acenam com a perspectiva de caos na hipótese de não aplicar a receita do modelo.

Jorge Gomes comentou que os neoliberais não toleram tal denominação, sendo exemplo dessa postura o Presidente Fernando Henrique, que reagiu diante da afirmação sobre sua condição de neoliberal, e o Secretário Maurício Romão, da Administração, que em artigo publicado recentemente afirmou que não é neoliberal, embora não tenha nada contra o neoliberalismo.

Diante de tais reações fica dificil para o povo perceber o conteúdo neoliberal das medidas adotadas, pela União e pelo Estado, visando o controle da inflação com desemprego, estagnação econômica, arrocho salarial, desmonte dos bens públicos, diminuição dos investimentos nas políticas sociais. Daí – afirmou – ser difícil defender essa equação perversa, sendo necessário ocultar os seus efeitos, com um discurso sobre as maravilhas do mercado.

Após abordar tais aspectos, Jorge Gomes ressaltou que o LAFEPE, que seria privatizado, agora vai ser mantido como estatal, contando com recursos do Governo Federal. A instituição, criada em 1963, no Governo Arraes, será preservada como alternativa para a produção de genéricos, que vem sendo boicotada pela indústria farmacêutica.

Jorge Gomes defendeu em seguida uma reação da sociedade contra o consenso neoliberal, de forma a resolver os problemas de assistência integral à saúde do povo brasileiro, que vem sendo vítima das diretrizes neoliberais do Governo, que sacrifica o desempenho do Sistema Único de Saúde, gera uma situação de universalidade excludente, que exige uma tomada de posição em defesa dos interesses do Estado e do nosso povo. (Nagib Jorge Neto)