Donos do Lapromed não convencem CPI

Em 02/08/2000 - 00:08
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Donos do Lapromed não convencem CPI A CPI dos Medicamentos ouviu ontem os principais envolvidos na fabricação, venda e distribuição de remédios do laboratório Lapromed, localizado em Custódia. Prestaram depoimento o administrador da Casa de Saúde e Maternidade Joaquim Figueiredo, José Valdenete da Glória; a farmacêutica Graciane Ferreira da Silva; a funcionária Lucidalva Cavalcante de Sousa Ramos; e os proprietários da Casa de Saúde e do Lapromed, José Wilson e Russana Bezerra Figueiredo.

As contradições ficaram evidentes em diversos momentos dos depoimentos. A farmacêutica afirmou que trabalhou até 1997 como responsável técnica pelos remédios. Russana Figueiredo não confirmou a informação.Os deputados constataram que a Casa de Saúde solicitou ao SUS internamento de dois dias de uma paciente que fez pequena cirurgia de apenas 15 minutos. Uma média de 118 pacientes do SUS são atendidos pela Casa por mês.

Por solicitação da CPI, o Laboratório Central (Lacen) identificou que 10 antibióticos produzidos pelo Lapromed tinham irregularidades como princípio ativo abaixo do necessário para o remédio atuar. Os deputados foram respaldados pela Secretaria Estadual de Saúde e por testemunhos de que o laboratório tinha licença para produzir, mas não podia comercializar os medicamentos. Russana disse que o laboratório tinha autorização e ficou de apresentar documentos.

Atualmente, o Lapromed fabrica e vende remédios controlados para prefeituras e postos médicos. Produzia antibióticos, sem autorização do Ministério da Saúde.

O relator da CPI, Ranilson Ramos (PPS), afirmou que os diretores serão reconvocados em virtude das contradições. Os deputados também vão convocar médicos e donos de farmácias que revendem produtos sem nota fiscal em Custódia.

Processo – Pela manhã, a CPI ouviu o representante da Vigilância Sanitária, Jaime Brito. Ele relatou as ações desenvolvidas na inspeção no Lapromed. Apesar do processo ainda não estar concluído pela Vigilância, foram encontradas uma série de irregularidades no laboratório, segundo Brito. (Cândido Galvão/Ana Lúcia Lins)