Romário quer comissão de segurança pública

Em 23/11/2000 - 00:11
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Romário quer comissão de segurança pública O líder do Governo, deputado Romário Dias (PFL), encaminhou sugestões ao presidente e ao relator da CPI do Narcotráfico, deputados Pedro Eurico (PSB) e José Queiroz (PDT), com observações feita durante as investigações sobre o crime organizado em Pernambuco.

Em suas considerações, Romário acha “indispensável” que o relatório final da CPI, que está sendo finalizado, proponha a transformação da Comissão de Cidadania em Comissão de Cidadania e Segurança Pública. Ele argumenta que na Câmara dos Deputados, em Brasília, tramita, com o mesmo objetivo, o Projeto de Resolução nº 27, do deputado Lino Rossi.

Romário Dias também entende que, para um perfeito funcionamento da Justiça, o Ministério Público deve acompanhar os inquéritos. ” Saliente-se que somente nos casos de grande repercussão, envolvendo membro da sociedade de melhor poder aquisitivo, há designação de promotores. Para evitar a proliferação de ‘advogados porta de xadrez’, de conhecidas ações perniciosas, a presença do Ministério Público será imensamente salutar à sociedade”, argumentou.

No documento, o parlamentar faz referência ao depoimento do detento Jobel Guerreiro, que afirmou haver passado 30 dias numa delegacia de (Roubos e Furtos). Ocorre que esse preso evadira-se de penitenciária, com pena a cumprir.

A lei determina que após autuação ou indiciamento em outros crimes, Jobel deveria ter sido encaminhado ao presídio, no prazo legal do Código Penal Brasileiro. E conclui que se tal providência fora tomada, não teria acontecido o “suborno policial” a que se referiu Jobel Guerreiro nas declarações à CPI da Pistolagem. “Daí a necessidade de cada delegacia po-licial passar a contar com um comissário responsável pela equipe de agentes, evitando tais situações”, apontou Romário Dias, assegurando ser esta uma reivindicação da Associação dos Comissários de Polícia de Pernambuco.

Ele informou também que nas audiências e depoimentos dos quais participou como membro da CPI do Narcotráfico e da Pistolagem, anotou as motivações sociais que levam o homem ao crime e verificou muitas falhas existentes no aparelho policial, envolvido numa “endêmica e perniciosa corrente de corrupção e indisciplina abrangendo os diversos escalões na prevenção, repressão e investigação dos crimes”. (Antônio Azevedo)