Deputados entram na luta pelo SUS Com a participação de instituições médicas, da Igreja, dos trabalhadores, a Assembléia Legislativa realizou ontem um ato público em apoio ao Sistema Único de Saúde(SUS), no qual parlamentares, dirigentes sindicais, religiosos, promoveram o lançamento da Cartilha do SUS, da Frente Parlamentar Estadual em Defesa do Sistema, visando a adoção de medidas para que o Estado cumpra o dever de garantir o direito à saúde para a maioria da população.
O deputado Jorge Gomes(PSB), presidente da Comissão de Saúde, assegurou que o lançamento da Cartilha e da Frente Parlamentar era um ato em defesa da cidadania, “pois a saúde está agonizante no Estado, no País, reflexo da política econômica do Governo, que relega a segundo plano a questão social”.
Ele esclareceu que o Governo Federal, com a estratégia de diminuição do Estado, vem tornando a população cada vez mais marginalizada, agravando a situação da maioria, que sofre as consequências do modelo neoliberal, que deve ser combatido pela sociedade que quer um país com menos excluídos, mais justo e fraterno.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado, Ricardo Paiva, a saúde é um direito constitucional inquestionável. “Desta forma, as instituições médicas entendem que é essencial a união para enfrentar o descaso com o setor e assegurar o atendimento da população”, frisou.
O presidente da Sociedade de Medicina, Ariano Enesto, afirmou que a entidade vem lutando para que haja a prestação de assistência médica para a maioria da população e que nesse objetivo também estava empenhada na defesa do SUS.
Já o presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, José Nivaldo, foi incisivo ao lembrar que a comunidade deve cobrar remédios, leitos, de modo a romper com o modelo de política adotado no país. Ele citou que na França, com 70 milhões de habitantes, o país investe 100 bilhões de dólares na área de saúde, enquanto no Brasil o investimento é da ordem de 19 a 20 bilhões de dólares para atender um universo de 170 milhões de pessoas.
José Nivaldo afirmou que há, nesse aspecto, falta de vontade das elites, pois não há investimento em recursos materiais e humanos. “Vivemos hoje uma ditadura diferente, que tenta resgatar tempos sombrios, com as autoridades perseguindo médicos, estudantes, trabalhadores, enquanto se curvam às exigências do FMI”, criticou.
Por fim, o dominicano Frei Betto fez um palestra sobre o tema Consciência e Cidadania. (Nagib Jorge Neto)