CPI da Pistolagem apura caso do garoto Narcisinho A CPI do Narcotráfico e da Pistolagem ouviu, na tarde de ontem, mais três pessoas: o prefeito de Serrita, Carlos Cecílio (PMDB), que é acusado de participação em crimes de pistolagem, roubo de cargas e tráfico de drogas; a advogada dos quatro acusados pelo seqüestro do garoto Narcisinho – ocorrido em 1991, em Carpina –, Maria Lúcia Brandão; e Joseilton dos Santos, integrante da família Araquan.

A advogada Maria Lúcia denunciou que as conclusões do inquérito se constituem numa farsa. Por solicitação de Maria Lúcia, foi realizado em 99 um exame de DNA que negou ser de Narcisinho a ossada encontrada seis meses após o crime. Ela acredita que Narcisinho está vivo e disse que o pai dele, Narciso Ferreira, sabe do seu paradeiro.

A advogada disse que foi ameaçada pelo delegado César Urach, para que ela não contasse os detalhes que sabe sobre o caso. Por sugestão do deputado Fernando Lupa (PSDB), a CPI aprovou um requerimento solicitando à Secretaria de Defesa Social o afastamento do delegado até o final das investigações.

Maria Lúcia revelou saber “mais sobre o caso”, o que levou o deputado Romário Dias (PFL) a sugerir que ela prestasse mais esclarecimentos à CPI em sessão reservada, na próxima semana.

Prefeito Os deputados apontaram várias suspeitas de envolvimento do prefeito de Serrita, Carlos Cecílio, a partir de um relatório de 14 laudas elaborado pela Polícia Federal. Ele negou todas as denúncias – receptação de cargas roubadas; transporte de drogas em carretas, junto com outras mercadorias; participação em crimes; e apropriação de cheques de empreiteiras –, atribuindo as acusações aos seus “adversários políticos”.

Joseilton dos Santos, integrante da família Araquan e que é conhecido como Cleiton, revelou que a briga entre as famílias Araquan e Benvindo já resultou na morte de 150 pessoas, nos últimos 15 anos. Ele é acusado de participação em assaltos e foi citado em cinco processos por homicídio, mas negou tudo. “A polícia persegue nossa família pelo fato dela não ter força econômica na região”, afirmou. A CPI fez também uma acareação entre Cleiton, Adaílson Gomes e João Batista Rodrigues.