Oposição critica posicionamento do governador na greve dos fiscais O Líder do PT, deputado Paulo Rubem, protestou ontem, na Assembléia Legislativa, contra a decisão do Governador Jarbas Vasconcelos que mandou suspender o desconto dos fazendários para a sua entidade de classe. Ele acusou o Governador de usar de forma vergonhosa a mesma tática do tempo da ditadura, que também reprimiu as entidades dos trabalhadores.Paulo Rubem recordou a campanha de Jarbas para o Senado, em 1978, o apelo Basta de Exploração, Vote na Oposição, as lutas sindicais daquela época e as conquistas ao longo de 22 anos.

Daí lamentou que agora, como Governador, Jarbas Vasconcelos assuma uma posição de claro retrocesso, sendo duro na repressão contra os trabalhadores e submisso, conivente, quando se trata de conceder incentivos aos empresários.O líder petista argumentou que o Governo do Estado, sob pretexto de atrair empreendimentos, vem fazendo concessões a grupos empresariais, a segmentos que cortam salários, não pagam as obrigações sociais. O Governo do Estado – atacou – tolera os abusos, as perdas, enquanto se volta para ferir o direito de organização, as conquistas dos trabalhadores.O Deputado Ranilson Ramos, em aparte, considerou triste a relação entre o Governo e os servidores, principalmente porque o Executivo parece disposto a retirar direitos, reduzir salários, reagir a qualquer concessão quando se trata dos servidores públicos. Adiantou que é uma pena constatar o fato, observar que a tendência é retroagir, tentar retirar de vez os direitos e conquistas.O Deputado Pedro Eurico (PSDB) defendeu a ação do Governo, a sua decisão de ser duro para enfrentar o corporativismo entre os fazendários, pois a categoria já parou a Secretaria, num espaço de dois anos, por mais de 120 dias, prejudicando a arrecadação. Adiantou que o sindifisco, ao longo de vários Governos, vem sendo intransigente e só provocou menos problemas na época em que Gustavo Krause, como Secretário, fez todas as concessões.O Deputado Sérgio Pinho Alves, também do PSDB, lamentou a posição assumida pelo Governo Jarbas Vasconcelos, disse es perar por uma mudança de atitude, enquanto Paulo Rubem questionou o argumento de Pedro Eurico sobre corporativismo. Ele sustentou que a concepção de corporativismo só vale para os trabalhadores, pois as reivindicações dos empresários, de outros segmentos, não são tidas como corporativistas. (Nagib Jorge Neto)